A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) está disponibilizando recurso superior a R$ 1,3 milhão a seis municípios do Norte de Minas para a reprogramação do Serviço Auxiliar de Diagnóstico e Terapia (SADT) da Terapia Renal Substitutiva e para o atendimento de demandas de pacientes que precisam realizar diálise peritoneal. A disponibilização dos recursos está prevista nas resoluções 10.587 e 10.591, aprovadas no dia 21 de outubro em reunião da Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde (CIB-SUS), realizada em Belo Horizonte.
O maior aporte de recursos, mais de R$ 960 mil, se refere à reprogramação do Serviço Auxiliar de Diagnóstico e Terapia, com o objetivo de redistribuir recurso financeiro disponível, além de incluir novos beneficiários. Para definição de 67 municípios contemplados em todo o estado, a SES-MG levou em conta a disponibilidade de serviço habilitado em atenção especializada em doença renal crônica e que realizaram procedimentos de hemodiálise em paciente com sorologia positiva para os vírus HIV e/ou hepatites B e C, além do acompanhamento domiciliar de paciente submetido a Diálise Peritoneal Automatizada (DPA) ou Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (DPAC).
No Norte de Minas, os municípios de atendimento a demandas de Serviço Auxiliar de Diagnóstico e Terapia contemplados pela Resolução 10.587 são: Montes Claros (R$ 418,3 mil); Janaúba (R4 171,4 mil); Brasília de Minas (R$ 139 mil); Salinas (R$ 98,5 mil); Januária (R$ 78,2 mil) e Pirapora (R$ 55,3 mil).
Entre outros exames viabilizados por meio do Serviço Auxiliar de Diagnóstico e Terapia estão: dosagem de sódio, potássio, creatinina, cálcio, hemoglobina, fósforo, ureia, fosfatase alcalina, colesterol total; pesquisa de anticorpos contra antígeno de superfície do vírus da Hepatite B; radiografia de tórax; eletrocardiograma e ultrassonografia de aparelho urinário.
Diálise peritoneal
Para a ampliação do acesso à diálise peritoneal nos serviços habilitados em doença renal crônica, por meio da Resolução 10.591 a SES-MG está disponibilizando R$ 412,4 mil para o atendimento de 384 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no Norte de Minas.
Para Montes Claros o investimento previsto é da ordem de R$ 313,6 mil para o atendimento de 292 pacientes. Para Janaúba está sendo alocado R$ 98,8 mil, com previsão de atender 92 usuários do SUS.
Ludmila Ferraz, referência técnica da Coordenação de Redes de Atenção à Saúde na Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros explica que “com a estratégia de ampliação do acesso à diálise peritoneal a SES-MG objetiva fortalecer os serviços habilitados em atenção especializada em doença renal crônica e contribuir para a desconcentração regional da oferta do tratamento dialítico”.
A estimativa de pacientes a serem atendidos nos serviços habilitados tomou como base 10% do total de usuários que realizaram sessões de hemodiálise em 2022, em cada município executor.
A diálise peritoneal é um tratamento para a doença renal crônica que utiliza o peritônio, a membrana natural que reveste a cavidade abdominal, como um filtro para remover toxinas e excesso de fluidos do sangue. O processo envolve a infusão de uma solução especial no abdômen através de um cateter. A troca desse líquido é feita manualmente ao longo do dia ou automaticamente com uma máquina durante a noite.
A diálise peritoneal permite a realização do tratamento em casa. No procedimento contínuo o paciente realiza trocas de solução manualmente, o que lhe permite se manter ativo durante o dia.
Já com a diálise peritoneal automatizada, uma máquina denominada “ciclador” realiza as trocas de líquido automaticamente durante a noite, enquanto o paciente dorme. Esse procedimento permite a preservação da rotina diária, incluindo trabalho e estudos.
Por: Pedro Ricardo
Foto: Ascom/Hospital Dilson Godinho