“Notificar alguma doença ou óbito apenas para deixar registrada a ocorrência de algum fato não deve ser a rotina de um profissional de saúde. Precisamos refletir sobre o que está acontecendo de anormal nos territórios onde trabalhamos para que, a partir de um olhar diferenciado, possamos agir a tempo diante de uma potencial emergência em saúde pública”.
O alerta da coordenadora do Cievs (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde) em Minas Gerais, Eva Lídia Arcoverde Medeiros, dirigido na terça-feira, 7/10, a gestores e profissionais de saúde de 86 municípios do Norte de Minas norteou a abertura do 1º Seminário Macrorregional para Construção do Plano de Preparação, Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública, que está sendo realizado em Montes Claros. As atividades prosseguem nesta quarta-feira, 8/10, no auditório do Centro Universitário FIPMOC. Participam profissionais do Ministério da Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e do Cievs Minas.
“A iniciativa objetiva apoiar os municípios na elaboração dos seus planos de enfrentamento às emergências em saúde, com foco em vírus respiratórios. É a oportunidade de troca de conhecimentos e experiências, possibilitando o fortalecimento das ações de vigilância e cuidado com a saúde da população”, explica Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora do Cievs Regional e da Vigilância em Saúde na Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros.
Ao lembrar que a função do Cievs é auxiliar os municípios, Eva Medeiros salientou que o trabalho desempenhado pelos serviços de vigilância epidemiológica e de saúde, junto com a atenção primária e os núcleos hospitalares de epidemiologia constituem instrumentos de fundamental importância não só nas notificações de agravos mas, também, nas capacitações e elaboração dos planos de resposta às emergências.
“Viabilizada há dois anos, a implantação do Cievs em Montes Claros é uma iniciativa inovadora que vem evoluindo. A equipe tem executado um trabalho abrangente que, como consequência, dá visibilidade e importância ao planejamento e fortalecimento das ações de vigilância em saúde. Isso fará diferença nos momentos necessários”, prevê a coordenadora.
A superintendente regional de saúde de Montes Claros, Dhyeime Marques, observou “que a iniciativa da instalação e manutenção de um núcleo do Cievs na região é importante levando em conta a diversidade e a dimensão territorial do Norte de Minas”.
Já o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG), Edivaldo Farias, reforçou que “o planejamento dos municípios fará a diferença diante de emergências em saúde pública que podem acontecer a qualquer momento”.
Priscila Leal, consultora na Coordenação Geral de Vigilância da Covid-19, Influenza e outros vírus respiratórios no Ministério da Saúde lembrou que “em virtude das mudanças climáticas, as ações de vigilância, preparação e resposta às emergências em saúde ganharam nova dimensão. Por isso, a partilha de conhecimentos e experiências entre os governos Federal e Estadual, aliado à capacitação se torna fator importante para possibilitar a construção de planos de ações mais eficazes”.
Na mesma linha de raciocínio, Paula Orofino Moura Costa, referência técnica do Programa de Formação em Emergências em Saúde Pública, coordenado pelo Ministério da Saúde observou que “a realização de seminários e oficinas de capacitação é o caminho mais promissor para o fortalecimento das ações de preparação e resposta às emergências em saúde”.
Nesta quarta-feira o Seminário prosseguirá, a partir das 8 horas, com a realização de oficina sobre emergências em saúde pública. A partir das 13h30 será realizada plenária de apresentação e avaliação dos resultados.
Pedro Ricardo
Foto Pedro Ricardo