Setembro Amarelo: SRS Sete Lagoas realiza palestra sobre valorização da vida e combate ao preconceito

Setembro foi escolhido como mês dedicado à preservação da vida e a prevenção do suicídio. O movimento teve início em 1994, nos Estados Unidos, em memória de uma vítima de adoecimento mental. Desde então o debate sobre saúde mental ganhou visibilidade crucial no período. No entanto, especialistas alertam que a atenção e o cuidado não podem se restringir aos trinta dias do mês de setembro.

Para Renata Alves de Souza, referência em saúde mental da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Sete Lagoas, a urgência do tema diante do crescimento dos casos e do peso do preconceito deve se expandir para todos os momentos. “O adoecimento mental tem acometido um número elevado de pessoas na atualidade. E infelizmente o estigma em relação a essas pessoas ainda é grande e dificulta o convívio social harmônico em diversos ambientes, inclusive no trabalho”, disse Renata.

Dados da Organização Mundial da Saúde divulgados em 2022 demonstraram que, em 2019, quase um bilhão de pessoas viviam com algum transtorno mental. O suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes registradas, segundo o levantamento da instituição.

Para Souza, a solução para esse problema é a abordagem contínua, que deve permear todos os espaços. “O tema da Saúde Mental, especialmente no que diz respeito à valorização da vida, deve ser abordado em todos os ambientes onde existe convivência”, disse a referência. Segundo ela, o cuidado com a vida e os seus aspectos subjetivos deve ser uma preocupação constante para todos.

Para o voluntário do projeto Help, criado em 2019, Ronildy Ronildo, “focar ativamente na valorização da vida, na saúde mental e no acolhimento das pessoas ao nosso redor faz toda a diferença nessa batalha”. Segundo ele, a organização tem como lema “não te julgo, te ajudo” e propõe atendimento às pessoas em sofrimento mental e desalento por meio da escuta ativa.

O profissional dividiu suas experiências durante a palestra realizada na SRS Sete Lagoas na terça-feira, 23/9. “Todas as pessoas passam por batalhas de pensamento,” afirma Ronildo. “O desafio é reconhecer essa luta, que muitas vezes é travada contra nós mesmos como adversários, e focar em utilizar pensamentos positivos a cada novo dia”, conclui.

Ele observa a diferença de se perguntar aos colegas um “Como você está?” e um “Como realmente você está?”. Para ele, a fala tem um papel fundamental na ação da cura. 

Atendimento na rede pública

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) oferecem atendimento especializado de forma regionalizada, voltado a diferentes públicos. O CAPSi atende crianças e adolescentes de até 17 anos, 11 meses e 29 dias com transtornos mentais graves e persistentes ou sofrimento psíquico decorrente do uso de substâncias. O CAPS II é destinado a pessoas maiores de 18 anos com sofrimento psíquico grave e persistente, bem como outras situações clínicas que dificultam a construção de vínculos sociais e projetos de vida, incluindo casos relacionados ao uso de álcool e outras drogas. Já o CAPS AD (Álcool e Drogas) foca no tratamento de pessoas de todas as idades com sofrimento psíquico grave associado ao uso abusivo de substâncias químicas. 

Na Regional de Saúde de Sete Lagoas, o atendimento é realizado de forma descentralizada pelas cidades de Abaeté (CAPS I), Caetanópolis (CAPS I), Corinto (CAPS I), Curvelo (CAPS II e Centro de Convivência e Cultura), Felixlândia (CAPS I), Morada Nova de Minas (CAPS I), Pompéu (CAPS I), Sete Lagoas (CAPS II, CAPS AD e CAPS Infantojuvenil) e Três Marias (CAPS I), garantindo cobertura para os municípios da região.

Além disso, como observa a referência Renata Souza, “O atendimento do Caps é porta aberta, o que significa que se chega alguém em crise a pessoa será atendida, independente de encaminhamento médico. E as pessoas podem procurar qualquer unidade de Saúde como os postos de estratégia da família que conseguem o encaminhamento para uma unidade do CAPS”.

Por: Nayara Souza

Fotos: Nayara Souza

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