No Brasil, a febre maculosa recebe este nome para especificar um grupo de zoonoses causadas por bactérias do gênero Rickettsia, transmitidas por carrapatos. A forma clínica da doença que predomina na Região Sudeste é denominada febre maculosa brasileira, cujo agente etiológico é a bactéria Rickettsia rickettsii, que está relacionada a casos graves e óbitos. Na macrorregião de Saúde Oeste, segundo dados retirados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), de janeiro de 2022 a agosto de 2025, foram notificados 279 casos. Destes, 28 casos confirmados (10%), três evoluíram para óbito.

Por este motivo, na segunda-feira, 29/9, o Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Divinópolis promoveu, no auditório da instituição, uma capacitação sobre a Vigilância Epidemiológica e o Manejo clínico da febre maculosa para médicos e enfermeiros da Atenção Primária à Saúde (APS) e das Unidades de Pronto Atendimento (UPA).
A referência técnica de Doenças Febris Hemorrágicas do Nuvepi da SRS Divinópolis, Renata Fiúza Damasceno, destacou que a febre maculosa é uma doença infecciosa febril aguda, de gravidade variável que pode causar de formas leves e atípicas e até formas graves, com elevada taxa de letalidade. Renata explicou que a redução da letalidade por febre maculosa está diretamente associada a suspeição e tratamento precoce.
“Os principais hospedeiros do carrapato transmissor da doença são capivaras, cavalos, cães e gambás, além de outros animais silvestres. Vale pontuar que a maioria dos pacientes infectados teve contato com o carrapato em locais com vegetação, como mata e nas proximidades de rios e cachoeiras. Para transmissão da febre maculosa, é necessário que o carrapato infectado esteja fixado ao corpo humano por pelo menos quatro horas”, frisou a referência.
O médico da Força Estadual do SUS (Sistema Único de Saúde), Fagner Lúcio de Toledo, abordou o diagnóstico e tratamento da doença. Ele destacou que as perguntas certas realizadas pelo médico ao paciente são indispensáveis para suspeição da doença. Segundo ele, para suspeição da febre maculosa, a epidemiologia é soberana.
“É relevante entender o contexto em que o paciente vive e trabalha, pois o conhecimento sobre a área de origem e os ambientes em que o paciente esteve pode fornecer informações cruciais para o diagnóstico da febre maculosa”, disse o médico.
Texto: Willian Pacheco
Imagem: Willian Pacheco