Evento reuniu mais de 60 participantes para diálogo sobre parcerias inovadoras e aprimoramento dos serviços públicos de saúde
O SUS é uma conquista social e seus princípios devem ser fortalecidos todos os dias. Parcerias não são o fim do Sistema Único de Saúde. São soluções inovadoras para superar gargalos e assegurar a prestação dos serviços públicos. Essa foi a ideia central que conduziu as discussões do 7º Congresso de Gestão Pública em Saúde promovido pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), entre os dias 24 e 25/9, durante a Expo-Hospital em Belo Horizonte.
A presidente da Fhemig, Renata Dias, esteve presente e realizou a abertura oficial do evento, reforçando a importância da união de esforços para que o SUS seja cada vez mais forte e acessível.
O evento contou com a participação de mais de 60 inscritos e trouxe palestrantes de perfis diversos e experiências de êxito na gestão do SUS. Casos de sucesso como os dos hospitais São Vicente de Águas Formosas e Odilon Behrens, do Instituto Mário Penna, da Santa Casa de Belo Horizonte, do ICISMEP e do próprio MG Transplantes – que integra a Fhemig, foram compartilhados e permitiram ampliar a discussão sobre novos caminhos para o fortalecimento e o futuro do SUS.
Os debates destacaram, entre outros pontos, que os novos modelos de manutenção dos serviços públicos de saúde por meio de parcerias representam uma solução eficaz para garantir a continuidade e a qualidade da assistência oferecida aos usuários, possibilitando a ampliação do acesso a um atendimento de excelência. Os hospitais permanecem públicos e 100% vinculados ao SUS.
Inovação
A diretora assistencial da Rede Fhemig, Lucineia Carvalhais, mediou dois painéis durante o evento e esclareceu que a forma de manutenção do SUS pode ser inovada e essa inovação dialoga com as parcerias, que são viabilizadoras da sustentabilidade do sistema, sempre seguindo determinantes legais.
“Essas parcerias permitem transitar de forma mais ágil e com ferramentas de decisão mais flexíveis para aumentar a quantidade e a complexidade da oferta de cuidados, especialmente na média e alta complexidades. O Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro e os hospitais públicos de Contagem são bons exemplos”, pontuou Lucineia.
União de esforços
“O SUS é uma política pública de Estado e não de Governo. O seu futuro aponta para a união de esforços. O modelo assistencial (bata branca) é público, o suporte-meio (bata cinza) pode ser privado. A gestão não pode ser privada e o controle social deve fiscalizar esse modelo híbrido em que as rédeas da gestão permanecem nas mãos do poder público”, sublinhou a superintendente do Hospital Odilon Behrens, Taciana Malheiros.
Nesse horizonte de futuro, as residências em saúde podem ser encaradas como uma estratégia para formar e manter profissionais qualificados nos hospitais públicos e os concursos seguem como modelo de ingresso, ao lado de outras formas de vínculos, para suprir gargalos e assegurar o atendimento à população, completou a superintendente do Odilon Behrens.
A Fhemig tem buscado, de forma pioneira na saúde pública do Estado, adotar diferentes modelos de parcerias. A primeira unidade a aderir ao modelo de organização social foi o Hospital Regional Antônio Dias (HRAD), em Patos de Minas, com a celebração da parceria com a Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia (Faepu), assinada em maio de 2024.
A descentralização trouxe maior agilidade na aquisição de medicamentos e manutenção de equipamentos. Exemplo disso são as compras que passaram a ser 60% mais rápidas. Outra melhoria foram as contratações, que possibilitaram uma escala completa, além de mais médicos cirurgiões e especialistas. Houve também aumento na média de internações por mês e expansão no número de cirurgias mensais.
Por Alexandra Marques
Foto: Érica Lopes
