Minas Gerais lança diretrizes para o cuidado de pessoas com hanseníase em seminário estadual

Evento reúne profissionais de saúde, gestores e pesquisadores para fortalecer a vigilância e a atenção em hanseníase

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) abriu nesta quarta-feira (17/09), na PUC Minas, unidade Barreiro, o Seminário Estadual de Hanseníase: Diretrizes para o cuidado à pessoa afetada pela hanseníase em Minas Gerais. O evento segue até o dia 19 de setembro e reúne referências técnicas das unidades regionais de saúde, coordenadores, profissionais da rede assistencial, pesquisadores e representantes do Ministério da Saúde. 

Durante a abertura, a superintendente de Vigilância Epidemiológica, Aline Lara Cavalcante Oliva, destacou a importância do encontro.  

“A hanseníase continua sendo um grande desafio para a saúde pública. Precisamos sensibilizar os territórios, garantir diagnóstico precoce e oferecer um atendimento adequado. Por isso, este é um momento rico de troca de experiências e atualização”, afirmou. 

Documento construído coletivamente 

O principal objetivo do seminário é lançar oficialmente o documento de diretrizes estaduais, elaborado com a contribuição de profissionais de diversas áreas. Para a diretora de Vigilância de Condições Crônicas, Maíra de Assis Pena Veloso, a construção coletiva do material é um marco.  

“Esse documento foi feito a muitas mãos. Agora, precisamos avançar no planejamento de capacitações em todo o estado, utilizando as diretrizes atualizadas para qualificar ainda mais o atendimento”, disse. 

A coordenadora estadual de Hanseníase, Luciene da Rocha Ribeiro, reforçou que “as diretrizes vão ajudar tanto o paciente quanto o profissional de saúde, oferecendo uma linha clara de cuidados e facilitando o diagnóstico e o acompanhamento”, explicou. 

Para o Ministério da Saúde, Minas Gerais tem papel estratégico no enfrentamento da hanseníase.  

“O estado sempre foi referência, tanto pela qualidade de seus profissionais quanto pelos processos de trabalho desenvolvidos. Muitos protocolos nacionais tiveram como base experiências de Minas”, afirmou Jurema Guerrieri Brandão, coordenadora-geral de Vigilância da Hanseníase.  

Ela também destacou a importância de considerar aspectos sociais e emocionais no cuidado às pessoas afetadas. 

Representando a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), o consultor nacional Kleydson Alves ressaltou o simbolismo de sediar o seminário em uma universidade.  

“É fundamental aproximar o serviço da formação acadêmica. Muitas vezes, doenças negligenciadas como a hanseníase recebem pouca atenção nos cursos de saúde. Discutir isso desde a graduação fortalece o enfrentamento”, afirmou. 

Programação do seminário 

A programação inclui conferências, painéis técnicos, discussões sobre vigilância, manejo clínico, experiências exitosas e estratégias de mobilização. Todas as atividades são estruturadas a partir dos tópicos das novas diretrizes, o que facilita sua aplicação nos serviços de saúde. 

O seminário também abrirá espaço para relatos de experiências de profissionais da rede, com práticas que fortalecem o cuidado integral da pessoa com hanseníase em Minas Gerais. Os trabalhos selecionados serão apresentados no último dia do evento e poderão compor uma publicação especial. 

Com o lançamento das diretrizes e o intercâmbio de práticas, Minas Gerais busca avançar no diagnóstico precoce, no atendimento humanizado e no enfrentamento do estigma, reforçando o compromisso com a saúde pública e com a qualidade de vida das pessoas acometidas pela hanseníase. 

Rolar para cima