Experiência mineira de capilarização dos serviços foi compartilhada com outros estados em encontro promovido para fortalecer redes laboratoriais do SUS
Minas Gerais foi um dos destaques na Oficina para Troca de Experiências e Aprimoramento da Vigilância Laboratorial em Nível Subnacional, realizada nos dias 28 e 29 de julho, em Fortaleza (CE). O evento foi promovido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) e reuniu representantes das áreas de vigilância em saúde e dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) do Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná e Pernambuco, além de técnicos do Ministério da Saúde e do Instituto Todos pela Saúde (ITpS).
Minas foi convidada a apresentar sua experiência na reestruturação da Rede Estadual de Laboratórios de Saúde Pública (Relsp-MG), abordando desde o contexto local e o modelo organizacional adotado até os principais avanços, desafios enfrentados, soluções implementadas e lições aprendidas. O encontro teve como objetivo promover o intercâmbio entre os estados e estimular a construção de propostas conjuntas para o fortalecimento da vigilância laboratorial no Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Eduardo Prosdocimi, o estado tem avançado de forma consistente na descentralização da rede laboratorial, com foco na interiorização dos serviços.
“Nosso lema é saúde na porta. Estamos concretizando esse compromisso ao descentralizar exames de saúde pública, ampliando o acesso da população que vive fora dos grandes centros”, destaca.
Com essa estratégia, exames como os de arboviroses (dengue, chikungunya, zika e febre amarela), vírus respiratórios (covid-19, influenzas e VSR) e outras análises para doenças negligenciadas, como malária, Chagas, leishmaniose e tuberculose, estão sendo realizados localmente, evitando deslocamentos e fortalecendo a resposta do sistema de saúde.
Para o coordenador da Rede Estadual de Laboratórios de Saúde Pública, Renée Carvalho, o avanço da descentralização exige investimentos e integração entre diferentes níveis de gestão, além de interlocução com instituições parceiras, como universidades e centros de pesquisas.
“Temos trabalhado para fortalecer a vigilância laboratorial no estado, por meio da incorporação de novas unidades laboratoriais à Relsp-MG. Para credenciamento à rede, os laboratórios passam por um processo de habilitação técnica, como forma de comprovar a qualificação necessária para realização dos diagnósticos. Essa descentralização vai além do financiamento, exige planejamento, monitoramento contínuo e cooperação entre diferentes instituições. O resultado é uma rede mais integrada com o território e capaz de responder de forma oportuna às demandas de saúde pública”, afirma.
Com essa base sólida, Eduardo Prosdocimi reforça que Minas pretende inspirar outras experiências e continuar ampliando o acesso aos serviços laboratoriais em todo o estado.
“Compartilhar essa experiência com outros estados é uma forma de contribuir com o fortalecimento da vigilância laboratorial em todo o país. Nossa política de logística para transporte de amostras e o modelo de implementação das Centrais de Distribuição regionais também despertaram interesse”, acrescenta o subsecretário.
A programação da oficina combinou exposições técnicas com dinâmicas em grupo, permitindo aos participantes mapear os principais marcos e decisões estratégicas que moldam as redes laboratoriais em seus territórios. Como resultado, foram elaboradas recomendações coletivas organizadas em quatro eixos: técnico, governança, financiamento e cooperação interinstitucional.
“Acreditamos que o modelo de Minas pode, e deve, inspirar outras experiências no país. Seguiremos avançando para levar a vigilância laboratorial cada vez mais perto dos mineiros, em todas as regiões do estado”, reforça Prosdocimi.
A oficina incluiu também uma visita técnica ao Lacen do Ceará. As contribuições reunidas ao longo dos dois dias de atividades serão sistematizadas em um relatório que apoiará futuras ações de modernização das redes estaduais, em alinhamento com as diretrizes do Regulamento Sanitário Internacional (RSI).
“Essa troca, com estados que também têm iniciativas relevantes, nos ajuda a aprimorar continuamente nosso modelo. Com investimentos estratégicos, conseguiremos identificar com mais precisão os agravos endêmicos em cada território e ofertar uma resposta mais rápida e qualificada à população”, finaliza Eduardo Prosdocimi.
Eduardo Campos Prosdocimi, subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas Gerais
Crédito do vídeo: Carol Souza

