Aedes aegypti: Norte de Minas inicia segunda etapa de mapeamento de criadouros em locais de difícil acesso

Entre os dias 11 e 15/8, nove municípios que integram a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros serão contemplados com a realização da segunda etapa de mapeamento de locais de difícil acesso e que podem estar possibilitando a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre chikungunya, Zika vírus e da febre amarela. O mapeamento é feito por drones. Neste segundo ciclo, a iniciativa financiada com recursos repassados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) contempla Claro dos Poções; Bocaiúva; Grão Mogol; Salinas; Taiobeiras; Mato Verde; Porteirinha; Capitão Enéas e Mirabela. 

Renato Mafra, diretor operacional da Aero Engenharia, empresa contratada pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Rio Pardo (Cisarp), explica que a exemplo do trabalho executado no primeiro semestre deste ano, nos nove municípios serão mapeadas lajes, caixas d’água destampadas, topos de morros, depósitos irregulares de lixo e de materiais inservíveis, imóveis fechados ou abandonados. A área corresponde a quase 750 hectares, o equivalente a cerca de 900 campos de futebol.

“Os locais de difícil acesso constituem um sério problema enfrentado todos os anos pelos municípios para a eliminação de focos do Aedes aegypti, o que dificulta a redução de casos notificados e confirmados de arboviroses. Com isso, uma grande quantidade de pessoas acaba sendo acometida por doenças transmitidas pelo mosquito, além da ocorrência de óbitos”, explica Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS de Montes Claros. 

Com a identificação dos criadouros em locais de difícil acesso, aliado ao trabalho diário dos Agentes de Controle de Endemias (ACEs) em domicílios, a coordenadora observa que os municípios ganham agilidade na eliminação de focos, o que reflete na redução da incidência de doenças transmitidas pelo mosquito e, consequentemente, na diminuição da sobrecarga de atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde e nos hospitais.

“Vale ressaltar que os mapeamentos dos locais de difícil acesso, que estão sendo realizados nesta semana, equivalem em cobertura territorial a 750 dias de trabalho de um agente de controle de endemias. Porém, de maneira alguma os drones substituem o trabalho diário desses ACEs, mas são uma ferramenta poderosa no direcionamento das ações e aumento da capacidade de resposta das equipes”, completa Renato Mafra.

Ainda neste mês, outros municípios que integram a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros têm possibilidade de serem atendidos com a implementação da segunda etapa de mapeamento de potenciais criadouros do Aedes aegypti. As secretarias municipais de saúde já definiram os planos de trabalho que estão em fase de análise na SRS. Em Montes Claros, a previsão é de que a segunda etapa de mapeamento contemplará 330 hectares.

Resultados

Na avaliação do diretor operacional da Aero Engenharia, os resultados já obtidos neste ano “já são bastante significativos”. Isso porque, em 53 municípios que já tiveram mais de 3,3 mil hectares mapeados foram identificados 10.638 possíveis criadouros, distribuídos da seguinte forma: 3.326 tonéis e tambores (31,27%); 2.493 locais com acúmulo de lixo (23,43%); 1.287 piscinas (12,10%); 1.190 caixas d´água destampadas (11,19%); 937 lajes com acúmulo de água (8,81%) e 922 pneus (8,67% dos potenciais criadouros do Aedes aegypti).  

Já em Montes Claros, no primeiro semestre deste ano o mapeamento de 800 hectares de áreas de difícil acesso detectou a existência de 1.874 potenciais focos de proliferação do Aedes aegypti, distribuídos da seguinte forma: 578 piscinas que representam 30,8% dos potenciais focos de reprodução do mosquito; 351 caixas d´água destampadas (18,7%); 342 locais com acúmulo de lixo (18,2%); 268 tonéis e tambores destampados (14,3%); 233 lajes com acúmulo de água (12,4%) e 32 máquinas e equipamentos aparentemente sem uso (1,7%).

“A tecnologia dos drones amplifica a capacidade de resposta dos municípios. Além disso, a notificação dos proprietários dos imóveis passa a ser mais assertiva, por meio de fotografias e vídeos que comprovam a ocorrência de problemas nas áreas mapeadas”, reforça Renato Mafra.

Pedro Ricardo

Foto Aero Engenharia

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