SAE Ampliado e Regional de Montes Claros reforçam com municípios ações para conter avanço das hepatites virais

Vacinar, prevenir, testar e tratar! Essas quatro iniciativas devem nortear as ações de enfrentamento às hepatites virais em todos os municípios do Norte de Minas e nas demais regiões do país. O diagnóstico precoce viabiliza o tratamento oportuno, evita a ocorrência de surtos e, consequentemente, possibilita a redução de óbitos que, anualmente, chegam a mais de 1,3 milhão de casos por ano em todo o mundo. 

As recomendações foram temas de encontro de atualização de profissionais de saúde do Norte de Minas, realizado na quarta-feira, 16/7, no auditório do Serviço de Atenção Especializada (SAE) Ampliado de Montes Claros.

O evento, que integra as ações do Julho Amarelo, voltado à conscientização da população sobre as hepatites virais, contou com a participação da referência técnica, Josiane Santos, e da infectologista, Cláudia Biscotto, ambas do SAE Ampliado. Também participaram a enfermeira, Thaís Emanuely de Freitas Teixeira e a infectologista, Lara Jhullian Tolentino Vieira, integrantes da Força Estadual do Sistema Único de Saúde (SUS). A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros foi representada pelas referências técnicas, Maria Regina de Oliveira Morais e Adriana Barbosa Amaral.

Ao apresentar o cenário epidemiológico das hepatites, Regina Morais lembrou que “no Brasil a estimativa é de que 1,1 milhão de pessoas são acometidas por hepatite B e 510 mil por hepatite C”, disse a referência técnica da SRS. Segundo ela, no Norte de Minas a hepatite B é a mais prevalente, com 305 casos notificados entre 2020 e o primeiro semestre deste ano. Na sequência está a hepatite C, com 189 notificações e a Hepatite A, com dez casos. 

 Até 2030, visando a eliminação das hepatites como problema de saúde pública, Regina Morais explicou que a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que 90% dos casos da doença sejam diagnosticados e que, no mínimo, 80% dos pacientes sejam tratados. 

No Brasil, desde 2019, os casos confirmados de hepatites devem ser notificados pelos serviços de saúde por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). 

Ao falar sobre epidemiologia, diagnóstico e tratamento das hepatites, a infectologista Cláudia Biscotto lembrou que os serviços municipais de saúde são importantes no diagnóstico precoce da doença, devendo disponibilizar o acesso da população à realização de testes rápidos. “Pelo menos uma vez na vida as pessoas devem realizar um exame para diagnóstico das hepatites, e realizar o tratamento precoce da doença antes que ela se torne crônica”, disse Biscotto. “Nas gestantes, o tratamento possibilita evitar a transmissão da doença para os bebês. Além disso, nos demais pacientes o diagnóstico e tratamento em tempo oportuno pode evitar que a doença evolua para cirrose ou câncer de fígado, cujo tratamento é difícil e com alta potencialidade de levar o paciente a óbito”, reforçou a médica.

Vacinas

A vacina contra as hepatites A e B está disponível nos serviços municipais de saúde e é eficaz e segura, sendo a principal medida de prevenção contra a infecção.

Atualmente, a vacina para Hepatite A faz parte do calendário infantil, no esquema de uma dose aos 15 meses de idade (podendo ser utilizada a partir dos 12 meses até 5 anos incompletos). Em recém-nascidos a primeira dose deve ser administrada nas primeiras 12 a 24 horas de vida.

Para pessoas acima de um ano de idade com condições específicas, a vacina também está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), Centros Intermediários de Imunobiológicos Especiais (CIIE) e em salas de vacina do SUS. Deve ser aplicada duas doses com intervalo mínimo de seis meses.

Neste ano, o Ministério da Saúde passou a disponibilizar a vacina contra a hepatite A para o público que faz uso da Profilaxia Pré-Exposição ao vírus HIV.

Já o esquema de vacinação da hepatite B em crianças geralmente envolve a aplicação de três ou quatro doses, administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, com a primeira dose sendo aplicada ao nascer. 

Em adultos o esquema padrão de vacinação é de três doses, com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda dose. A terceira dose deve ser aplicada seis meses após a primeira dose.

Por: Pedro Ricardo

Foto: Pedro Ricardo 

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