Na quarta, 22/10, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia recebeu o último seminário sobre Vigilância Macrorregional de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. O evento ocorreu durante dois dias, expôs experiências exitosas, mesas redondas e oficinas para melhorias e prevenção da saúde do trabalhador. Participaram 226 pessoas, foram inscritos 41 municípios do Triângulo Mineiro e convidados dois municípios da macrorregião de Saúde Noroeste.
O superintendente da SRS de Uberlândia, Luiz Eduardo Salomão destacou como a gestão estadual tem se aproximado dos municípios para tornar o ambiente de trabalho mais saudável. “Todas as políticas públicas de saúde implementadas permitem melhorias profundas para os profissionais da porta de entrada do SUS, e este seminário traz conhecimentos e debates, que transformam a vida do cidadão”, disse o superintendente. “Adaptando a frase de Madre de Calcutá para a saúde, ‘A mão que dá o remédio cura mais que o medicamento’ “, completou.
Para destacar a importância do tema, autoridades do Ministério da Saúde, Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG), Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), representantes da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberaba e Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ituiutaba, referências técnicas estaduais e municipais da área de Vigilância da Saúde do Trabalhador, estiveram presentes.
Segundo Fellipe Antônio Andrade Chaves, diretor de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-MG, o encontro ocorreu em outras três regiões, abrangendo 853 municípios. “Neste ano foram apresentados 65 trabalhos, todos relatando sobre ações locais de sucesso. Nós conseguimos ver de forma aprofundada as mobilizações, o que contribuiu para verificar e compartilhar conhecimentos entre os municípios “, revela.
No primeiro dia, representantes do Ministério da Saúde destacaram como as ações climáticas atravessam o bem-estar e a saúde dos trabalhadores. Nas rodas de conversa, técnicos municipais, estaduais e do CEREST trocaram informações sobre os avanços e desafios para implementação nas cidades e meio rural.

Curso prático com foco na saúde e ambiente do trabalhador
No segundo dia do evento, os participantes se dividiram em duas atividades simultâneas. A primeira, teve como tema as estratégias de resposta para emergências e desastres ambientais que afetam a saúde pública, como por exemplo o funcionamento do Plano de Preparação e Resposta e a Inspeção do Carro-pipa. Na outra oficina, ocorreu uma dinâmica de teste e check-list para garantir a segurança do trabalhador e o bem-estar físico e mental na jornada de trabalho.
Segundo a gerente técnica da saúde do trabalhador, Ana Lívia, da cidade de Monte Alegre, há inspeções diretas dos ambientes de trabalho na cidade. Esta vigilância ocorre por meio das notificações de acidentes quanto ao acompanhamento na atuação da Vigilância Sanitária e em parceria com o CEREST de Uberlândia. “Temos uma colaboração intersetorial com a Santa Casa, que recebe os trabalhadores acidentados. Também nas fiscalizações conseguimos transformar o ambiente de trabalho a partir das orientações dadas ao estabelecimento” , explica. Para ela, as oficinas são essenciais para a aplicação de novas práticas no município.
O procurador Eliaquim Queiroz, do Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais, salienta que a região do Triângulo Mineiro é destaque no setor da agricultura. Para ele, o ambiente dos trabalhadores rurais deve ser observado de perto pela área da saúde, devido aos manejos de produtos químicos e à jornada de trabalho no campo. “Nos períodos de estiagem, o campo sofre principalmente com as queimadas; portanto, o ideal é prevenir possíveis acidentes que atinjam os trabalhadores”, declara.
Queiroz ainda destaca que o Ministério do Trabalho recolhe denúncias eletronicamente, por meio do site oficial. Ele reforça que os órgãos públicos podem notificar irregularidades no ambiente de trabalho, além de quaisquer violações nos direitos do trabalhador, para investigação.
Por: Vitória Caregnato e Dieny Fernandes (estagiária sob supervisão)
Fotos: Dieny Fernandes
