A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Coronel Fabriciano, por meio da Coordenação do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, promoveu na última sexta-feira (25/09) no auditório da Regional, uma capacitação sobre o “Perfil Epidemiológico da Tuberculose em Minas e na Região de Saúde da SRS de Coronel Fabriciano”, direcionados a médicos e enfermeiros dos municípios com incidência da doença.
A capacitação foi ministrada pela farmacêutica e referência técnica em tuberculose, Miriane dos Santos, e pelos médicos Alexandre Amilar da Silveira e Flavia Magalhães, ambos referências técnicas em tuberculose do Centro de Controle de Doenças Infecto-Parasitárias (CCDIP) do município de Ipatinga, que abordaram estudos de casos e a parte clínica da doença.
Para a Coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da SRS de Coronel Fabriciano, Cássia Soares, o principal objetivo do encontro foi aprimorar a qualidade do controle da doença, fomentando a busca de novos casos, bem como o diagnóstico adequado e precoce da doença, interrompendo a cadeia de transmissão, evitando assim possíveis adoecimentos.
Cássia ressaltou a importância do enfrentamento da tuberculose nos municípios da jurisdição da SRS de Coronel Fabriciano e a necessidade desse de estar mais próximo da população e dos grupos mais vulneráveis, ou sob-risco acrescido de contrair a doença. De acordo com o Núcleo de Vigilância Epidemiológica, os números da tuberculose nos municípios que compõe a SRS de Coronel Fabriciano apresentaram queda constante nos últimos 3 anos. Em 2015 foram 73 novos casos, contra 159 em 2014, e 166 em 2013.
A farmacêutica Miriane dos Santos, referência técnica em Tuberculose da SRS de Coronel Fabriciano, abordou pontos principais do manual de recomendações do ‘Programa Nacional de Controle de Tuberculose’, tais como a busca ativa de possíveis casos; a exigência nos exames mensais de baciloscopia; o tratamento diretamente observado; o estabelecimento de metas para que o paciente faça o tratamento completo; e a tuberculose multi-resistente.
Segundo Miriane, é essencial que os responsáveis pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) de tuberculose dos municípios preencham e documentem o caso corretamente, para que assim a Regional de Saúde e Secretaria Estadual de Saúde possam ter controle dos casos.
Sobre o Teste Rápido Molecular, a farmacêutica Miriane informou que é um novo exame para o diagnóstico inicial que permite a identificação da bactéria causadora da doença, mostrando se ela expressa resistência à Rifampicina (um dos antibióticos considerados como primeira opção no tratamento da Tuberculose).
Perfil da doença: prevenção, tratamento e transmissão
A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada pelo bacilo de Koch, afeta principalmente os pulmões, podendo também ocorrer em outros órgãos do corpo, como por exemplo, ossos, rins e meninges. O sintoma característico da doença é a tosse prolongada, além de febre no final do dia, suor noturno, falta de apetite e emagrecimento. Em Minas, por exemplo, 6% dos pacientes não seguem as recomendações médicas até estarem definitivamente curados, fazendo assim que as bactérias presentes no organismo fiquem ainda mais fortes.
Para prevenir o contágio com a doença, é necessário imunizar todas as crianças de até quatro anos de idade, obrigatoriamente os menores de um ano, com a vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin). As crianças portadoras do vírus HIV ou que apresentem sinais da AIDS não devem receber a vacina. A transmissão da patologia é feita de forma direta, podendo ocorrer de pessoa para pessoa via gotículas de saliva, e por meio do contato prolongado em ambientes fechados e pouco ventilados. Já o tratamento é feito a base de antibióticos, compostos por quatro fármacos, gratuitamente distribuídos pelos postos municipais de atendimento e dura em média seis meses.
Autor: Flávio Samuel