A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros concluiu, no dia 12 de junho, as oficinas de fortalecimento e expansão dos comitês municipais e hospitalares de prevenção à mortalidade materna, infantil e fetal. As atividades, iniciadas na primeira quinzena de maio, foram realizadas nas microrregiões de saúde sob responsabilidade da SRS, encerrando-se com o encontro na microrregião de Janaúba/Monte Azul.
O objetivo das oficinas foi ampliar e qualificar a atuação dos comitês de vigilância do óbito, promovendo o fortalecimento da rede de atenção à saúde da mulher e da criança. Durante os encontros, foi pactuado que os municípios que ainda não possuem comitês formalizados deverão estruturá-los e comunicar a Coordenadoria de Redes de Atenção à Saúde da SRS até 31 de julho.
Os comitês municipais e regionais atuam na identificação das causas e fatores que determinam as mortes maternas, infantis e fetais. A partir dessas análises, são propostas medidas para evitar novos óbitos, por meio da melhoria na assistência prestada às gestantes e aos recém-nascidos. A composição desses comitês é multiprofissional, envolvendo representantes da atenção primária, vigilância em saúde, hospitais, serviços de urgência e emergência e sociedade civil.
A referência técnica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SRS de Montes Claros, Hildeth Maísa Torres Farias, destacou que as oficinas reuniram profissionais de diversas áreas, como enfermeiros, médicos, digitadores, coordenadores de atenção primária e de vigilância, além de representantes dos comitês já existentes e trabalhadores da média e alta complexidade.
Além da microrregião de Janaúba/Monte Azul, os encontros ocorreram nos municípios polo das microrregiões de Bocaiúva, Coração de Jesus, Francisco Sá, Montes Claros, Salinas e Taiobeiras. As atividades foram conduzidas pelas referências técnicas da SRS, Katheryne Tolentino de Souza, Ludmila Gonçalves Barbosa, Aleuza Alquimim, Rosane Versiani de Aguilar e Maísa Torres. Entre os temas abordados estiveram o cenário epidemiológico local e a estrutura da rede materno-infantil existente no Norte de Minas.
Como parte da programação, um especialista em obstetrícia ministrou palestras sobre a síndrome hipertensiva na gestação, contribuindo para a atualização dos profissionais quanto às principais causas de mortalidade materna.
“Estudar os óbitos maternos e infantis permite que os profissionais analisem a trajetória da paciente na rede de saúde, identifiquem fragilidades e proponham melhorias na assistência para evitar novas ocorrências”, destacou Maísa Torres. Segundo ela, espera-se que, com a atuação mais efetiva dos comitês, as investigações de óbito tenham maior qualidade, subsidiando políticas públicas adequadas à realidade da população.
A presidente do Comitê Regional de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal, Katheryne Tolentino, também ressaltou a relevância da iniciativa. “As oficinas cumpriram um papel social importante ao fortalecer a vigilância do óbito. Acreditamos que, com o alinhamento entre gestores e profissionais de saúde, será possível melhorar os indicadores de saúde das mulheres e das crianças da região e, consequentemente, de todo o estado”, afirmou.
Plano Estadual de Enfrentamento à Mortalidade Materna e Infantil
Com o objetivo de reduzir óbitos evitáveis em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) lançou, em novembro de 2021, o Plano Estadual de Enfrentamento à Mortalidade Materna e Infantil. Entre as ações previstas estão:
- Qualificação da rede materno-infantil;
- Acesso aos métodos de anticoncepção e concepção segura;
- Atenção pré-gestacional, pré-natal, parto e puerpério qualificada;
- Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança menor de um ano;
- Promoção da qualidade do cuidado e da segurança do paciente na assistência materna;
- Fortalecimento dos sistemas de informação em saúde materna, perinatal e das estatísticas vitais;
- Acompanhamento adequado ao recém-nascido de risco;
- Implementação de medidas emergenciais para prevenção de óbitos maternos, infantis e fetais.
As ações do plano buscam fortalecer a integração das redes de atenção à saúde, ampliando a assistência e o cuidado integral às gestantes, puérperas e crianças em todo o estado.
Pedro Ricardo
Fotos SRS Montes Claros