olicitados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o município de Sete Lagoas recebeu reforços para o combate à dengue, desde o dia 18 de março, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), cujos trabalhos se estenderão até o dia 27 deste, em mais uma investida para conter o avanço da doença em Minas.
De acordo com a coordenadora do QG de Controle da Dengue da SMS, Maria José Lanza, Sete Lagoas contabiliza em 2013, até o dia 21 de março, 5.519 casos notificados da doença. Demonstrando preocupação com os dados, a coordenadora lembrou que o maior número registrado foi no ano de 2010 que totalizou 3.900 casos notificados. “Na nossa série histórica, nunca houve números tão elevados como esses de agora”, avaliou.
Esse aumento significativo está sendo atribuído, principalmente, à circulação do sorotipo 4 na região, pouca chuva e muito calor com a temperatura alta e homogênea, e o lixo nas ruas, devido à falta de coleta em consequência à extinção do contrato com a empresa responsável e a demora com os processos contratuais. “Estamos empenhados em contornar as dificuldades e frear o acréscimo dos casos de dengue”, afirmou.
O conjunto de ações de mobilização social enviado pela SES inclui a Força Tarefa Estadual, que reúne 13 agentes de endemias para vistoriar domicílios, terrenos baldios e estabelecimentos comerciais, além de remover focos do vetor e tratar os que não são removíveis.
Como forma de envolver a população nas ações de combate e prevenção da dengue, o caminhão Dengue Móvel percorre os bairros com maior incidência da doença e realiza a troca de materiais descartáveis, possíveis criadouros do mosquito da dengue por material escolar. E ainda, o Dengômetro, espaço de convivência para troca de informações sobre a doença e como manter limpas as residências e os mais comuns locais de focos.
A estrutura do Dengômetro, instalada no Centro, na Praça do CAT/JK, nos dias 22 e 23, abrigou uma estação itinerante de cadastramento no concurso Denguemob – Ação Premiada da SES, que contempla as melhores ações individuais para prevenção da dengue.
Participação de todos
O pedreiro Rafael Amaral, 30 anos, e sua esposa, Marilene da Sila, 23, moradores do bairro Cidade de Deus, contou que tem o hábito de passear no entorno da Lagoa das Piranhas, próxima ao cemitério Parque Boa Vista. Ele diz ser desolador o descaso das pessoas que frequentam o lugar. “Durante toda a semana tem pessoas pescando lá e deixam bastante entulho. Mas nos finais de semana, dá para ver que tudo fica multiplicado, só pelo rastro de sujeira que é deixado”, lamentou.
No oitavo mês de gravidez, Marilene da Silva parabeniza a iniciativa do Governo e acha que as trocas realizadas pelo Dengue Móvel podem contribuir muito para a limpeza da Lagoa do Paulíneo, onde fica a Praça do CAT. Mas seu maior interesse foi pelo Denguemob. “Sempre que vamos até a Lagoa das Piranhas, nós limpamos o que podemos. Vamos fazer ainda mais abrangente e registrar tudo para concorrermos aos prêmios”, garantiu.
Amaral relatou que procura seguir as regras até da pescaria, devolvendo à água um peixe com tamanho menor que o recomendado. Ele comentou que se sente indignado em ver um patrimônio público depredado e que não consegue imaginar o que se passa na cabeça de uma pessoa para arremessar um pneu na lagoa e à sua volta. “Meu sonho é ver a Lagoa sempre limpa para ter o prazer de trazer meu filho Ruan, que nascerá em breve, para desfrutar da natureza que Deus nos deu”. Ao final da ação, foram recolhidos 480 pneus, 210 latas e 690 pets.
Todas as 40 unidades de saúde, entre Programa de Saúde da Família (PSF), Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Centros de Saúde, que atendem normalmente até as 17 horas, tiveram o horário de atendimento prorrogado até as 21 horas e passaram a funcionar também aos sábados e domingos. “Articulamos todas as unidades para que a população receba total assistência”, assegurou Maria José Lanza.
Autor: Ana Rita Fernandes