Na manhã desta terça-feira, 30/04, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Antônio Jorge de Souza Marques e o secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Marcelo Teixeira, assinaram termo de adesão que visa ampliar o tratamento para usuários de álcool e drogas na capital, ampliando assim a rede de atendimento ao usuário de drogas.
Com a parceria, a Prefeitura de Belo Horizonte vai garantir uma ‘porta de entrada’ para que usuários e familiares possam procurar por internação. Para receber aos pacientes, a PBH vai ampliar o número de comunidades terapêuticas que são habilitadas para atender de forma plena e prestar assistência psicossocial adequada. Os usuários que procurarem o serviço em BH precisam, em caso de internação, de três exames obrigatórios: clínico geral, odontológico e psiquiátrico.
O secretário Antônio Jorge disse que com ações, como a do Cartão Aliança pela Vida, até 2015 haverá um aumento de 700% na oferta de vagas e tratamento na rede psicossocial e todos seus dispositivos com o apoio das Comunidades Terapêuticas. Ele também destacou a importância de adesão da capital ao programa. “Como quase 1/3 da população de Minas está em BH é fundamental para a reafirmação da nossa estratégia, é um somatório de esforços essa parceria.
E, para alcançar resultados positivos, as Comunidades Terapêuticas têm papel legítimo por trazer resultados e por trabalhar com autoridade técnica no assunto”, explica. Ele ainda acrescenta que por se tratar de um tema complexo é necessária uma rede complexa, em que diversos setores dialogam. “Nós fomos além do debate ideológico e assumimos um compromisso com a sociedade. É um avanço extraordinário”, completa.
Já o secretário Marcelo Teixeira, disse que o momento marca uma importante etapa de avanço na rede de proteção ao dependente químico em BH. “É um processo de consolidação da rede para acolher e tratar pessoas com dependências químicas. Seguramente teremos desafios a serem superados na implantação, mas a questão da parceria entre o poder público e a sociedade civil organizada, como neste caso, é fundamental e conta a favor para chegarmos mais longe e conquistarmos novos patamares”, afirmou.
Ao aderir o Cartão Aliança Pela Vida, BH passa a ter acesso também às vagas existentes ou financiadas pelo programa. Em Minas, outros 115 municípios já assinaram o Termo de Adesão e a SES trabalha para que 60 Comunidades Terapêuticas sejam habilitadas para o atendimento desses cidadãos.
Durante a solenidade, foi lembrado o papel importante do médico, químico, farmacologista, escritor, professor universitário, ex-vereador e ex-deputado federal José Elias Murad, que há mais de 40 anos lutava contra o uso de drogas no país e faleceu no último dia 27 de abril.
Participaram do evento ainda, o secretário de Políticas sobre Drogas, Clovis Benevides, o Presidente da Comissão de Prevenção e Combate ao uso de crak e outras drogas, Deputado Estadual Vanderlei Miranda, o presidente do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas, Aluísio Andrade, o presidente da Federação das Comunidades Terapêuticas Evangélicas (FEBET) e coordenador do Centro de Recuperação de Dependentes Químicos (CREDEQ), Pastor Wellington.
Minas Gerais é pioneira na rede de saúde mental
O Ministério da Saúde (MS) publicou no último dia 24/04, por meio da Portaria 664, o Plano de Ação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do Estado de Minas Gerais e Municípios. A RAPS é composta por unidades de saúde destinadas às pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas.
O Plano de Ação da Rede de Atenção Psicossocial de Minas Gerais, que foi apresentado ao Ministério da Saúde e aprovado pelo Ministro Alexandre Padilha, foi produzido em parceria com os municípios mineiros. No documento, que especifica a estrutura dos núcleos de atenção à saúde, o estado traçou as estratégias para ampliar e qualificar a assistência em saúde mental.
A Atenção Psicossocial foi elaborada para funcionar em rede. Isso significa que os serviços serão prestados de acordo com a complexidade dos casos e as ações de atenção serão compartilhadas entre todas as unidades. A Rede é composta por Atenção Básica em Saúde, Atenção Psicossocial Especializada, Atenção Residencial de Caráter Transitório e Atenção Hospitalar.
Autor: Guilherme Torres