Ao saber da gravidez, uma das primeiras preocupações das mulheres é em relação à alimentação. As futuras mamães podem ficar inseguras sobre o que ingerir nas primeiras semanas e como manter a dieta durante toda a gestação. É por isso que a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, SES/MG, por meio do Núcleo de Alimentação e Nutrição, dá dicas para uma boa alimentação e alerta para os danos que a não ingestão de certos nutrientes pode causar.
Uma boa alimentação durante a gestação previne a mãe de patologias que podem aparecer em longo prazo. Segundo a nutricionista Joyce Xavier, “muitas doenças crônico-degenerativas se iniciam no interior do útero. O cumprimento do consumo diário necessário para os diferentes componentes da dieta irá garantir um desenvolvimento saudável para a mãe e para o feto. Uma alimentação insuficiente na gestação pode refletir nas crianças, que nascem pequenas e com baixo peso”, afirma.
A quantidade de calorias, vitaminas e minerais deve ser maior entre as mulheres grávidas, por isso é recomendado que a gestante faça de seis a oito refeições por dia, dando preferência ao consumo de frutas, legumes e verduras. Para a nutricionista, “um jejum prolongado favorece a formação de corpos cetônicos, que são substâncias prejudiciais ao desenvolvimento neurológico do feto”. Além disso, Joyce explica que nas diferentes faixas etárias, os requerimentos nutricionais estão relacionados a alguns parâmetros como idade, peso, altura, estado de saúde, atividade física e metabolismo basal. “Durante a gestação e lactação, períodos de intensa atividade metabólica, as necessidades nutricionais devem estar equilibradas do ponto de vista qualitativo e quantitativo, não só para atender às demandas maternas, mas, sobretudo, para sustentar o crescimento fetal e curva ponderal da criança”, garante.
O passo-a-passo de uma nutrição saudável
Todas as vitaminas e minerais são importantes no período em que o feto está em desenvolvimento, mas é importante citar que alguns nutrientes específicos devem ter atenção especial durante a gestação, pois são de extrema importância para o desenvolvimento e crescimento do bebê, além da saúde e bem-estar da mãe. Segundo Joyce, “é essencial a inclusão de todos esses alimentos durante a gestação porque eles atuam no bom desenvolvimento, crescimento e formação do bebê, não só enquanto for feto, mas também após o seu nascimento, pois uma alimentação adequada e equilibrada o manterá saudável sempre, ao longo de toda a sua vida”, afirma.
Ferro: Dificilmente a mulher inicia a gravidez com reservas suficientes, portanto o uso de suplementação é quase sempre indicado, pois o ferro é de extrema importância para o desenvolvimento do feto.* Principais fontes alimentares: vísceras em geral (principalmente o fígado), carne, feijões e folhosos verde-escuros.Obs: O ferro proveniente dos alimentos de origem vegetal é mais bem absorvido se associado ao consumo de vitamina C. É importante também lembrar que o consumo de alimentos cafeinados, estimulantes e irritantes como café, chá mate, chá preto e chocolate prejudicam a absorção do ferro no organismo.
Cálcio: Para suprir as necessidades diárias de cálcio, a gestante deve consumir três porções diárias de leite ou derivados, com exceção da manteiga. É importante ressaltar que os alimentos de origem vegetal também possuem cálcio, mas a quantidade disponível é pequena, além de não ser bem absorvida pelo organismo. Portanto, se a gestante não consome leite por algum tipo de alergia, aversão ou intolerância, é importante e necessário que se faça o uso de suplementos de cálcio na alimentação.
Ácido fólico: O consumo do ácido fólico é muito importante e necessário, pois seu consumo previne a anemia e a má-formação do bebê. A necessidade diária da ingestão de ácido fólico é duas vezes superior na mulher gestante do que na mulher não-gestante.* Principais fontes de ácido fólico: espinafre, repolho, brócolis, aspargos, vísceras, fígado, feijão, ovos e carnes.
Vitamina C: A vitamina C é importante na prevenção da anemia, pois facilita a absorção do ferro no organismo. Também possui ação antioxidante, antiinflamatória e aumenta o poder de cicatrização do organismo.* Principais fontes de vitamina C: laranja, mamão, acerola, frutas cítricas e batata-doce.
Vitamina A: pode ajudar na boa formação da pele e visão do bebê.* Fontes principais de vitamina A: frutas e vegetais de pigmentos amarelos e alaranjados, como manga, mamão, abóbora e cenoura.
Vitaminas D e E: Mantêm a integridade das células que transportam oxigênio. A vitamina D, aliada ao sol, promove a absorção de cálcio e fósforo e sua fixação nos ossos e dentes. A carência severa pode levar raquitismo na gestante e alteração óssea no bebê.* É encontrada nos laticínios, fígado e gema sendo ricos em ambas. A vitamina E está também no milho, aveia, feijão e verduras.
O perigo de “comer por dois”
Apesar da necessidade do aumento do consumo de calorias durante a gestação, a mãe não deve comer por dois. Para a nutricionista isso é um mito. “Para que o peso não ultrapasse a normalidade, o acréscimo de energia deve ser de apenas 300 Kcal diárias em média, o que corresponde a dois copos de leite desnatado, por exemplo. Durante a gestação é preciso encontrar um equilíbrio”, explica.
No período de formação do bebê, o corpo da mãe utiliza uma parte de líquidos e energia oriundos da alimentação que ajudam no crescimento e na manutenção dos artifícios que protegem o feto, como a placenta e o líquido amniótico. A outra parte da energia fica retida em forma de gordura, localizando-se no abdômen, costas e coxas, sendo utilizada no decorrer da gravidez e do aleitamento. Porém, Joyce alerta: “caso haja um exagero no consumo de calorias, a energia ficará armazenada como gordura localizada. A maneira correta de agir é manter uma alimentação saudável, com fracionamento adequado, qualidade e variedade, sem exagerar na quantidade”.
Além disso, quando a mãe exagera na alimentação e não regra a quantidade de gorduras e doces, ela pode ter um tipo de diabetes chamado diabetes gestacional, e uma futura obesidade. Isto pode ser prejudicial inclusive para o bebê após o parto. “No futuro, a criança pode ter obesidade, problemas de colesterol, triglicerídeos e também diabetes”. Em relação à diabetes gestacional, a nutricionista explica que é uma condição de intolerância aos carboidratos, com graus de intensidade variados. “Se diagnosticada cedo, a mamãe pode ter uma gravidez tranqüila, recebendo orientação especializada e tratamento adequado. Além de realizar uma dieta rigorosa própria para diabéticos para controlar os níveis glicêmicos, deve-se monitorá-los constantemente para que permaneçam dentro do padrão de normalidade, daí a importância da verificação da taxa de açúcar no sangue durante os exames pré-natais, já que é nesta fase que os índices de glicose no sangue da futura mamãe podem estar elevados. A mamãe deve ainda ser incentivada a realizar atividades físicas com exercícios próprios para gestantes, como hidroginástica, caminhadas e aulas de alongamento e relaxamento corporal, porém sempre respeitando seus limites”, afirma.
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Autor: Nathália Freitas