Por conta do perfil epidemiológico do crescente envelhecimento da população, estudos que demonstram que aumentou o número de pacientes internados com a permanência superior a noventa dias. Dessa forma, se estabelece como tendência mundial de proporcionar ao paciente um cuidado mais próximo da rotina da família, evitando hospitalizações desnecessárias e diminuindo o risco de infecções. No fim do ano passado, o país passou de aproximadamente 1200 para 1600 equipes do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) habilitadas pelo Ministério da Saúde. Dos 38 municípios mineiros beneficiados recentemente, cinco são do Triângulo Norte. Antes da publicação da nova portaria, a Região contava com onze equipes em dois municípios, sendo uma em Monte Carmelo e dez em Uberlândia.
Engajada no planejamento da implantação das novas equipes, a Regional de Saúde de Uberlândia promoveu um encontro nesta quinta-feira (06/02), para os técnicos dos municípios de Araguari, Coromandel, Patrocínio, Prata e Tupaciguara para orientá-los quanto às diretrizes do SAD, formação das equipes, local de funcionamento, transporte, insumos e operacionalização, uma vez que as novas equipes necessitam iniciar as atividades em menos de dois meses. Na oportunidade, a coordenação do SAD do município de Uberlândia estava presente para compartilhar experiências.
O SAD faz parte da rede de Urgência e Emergência, na qual há interface com as Unidades Básicas de Saúde, Hospitais e Unidades de Pronto Atendimento, e traz vantagens para o usuário, família, equipes e para o próprio Sistema Único de Saúde, pois garante rotatividade de leitos para ampliar o acesso de novos pacientes – impactando financeiramente e socialmente. Seguindo os parâmetros do Ministério da Saúde e conforme estudo e estatísticas da política do programa, a região passa a contar com 250 ´novos leitos`, pois cada equipe acompanha em média 50 pacientes/mês que necessitam de periodicidade de visitas, intensidade de cuidado e uso de equipamento. “A nossa preocupação é que o SAD inicie de maneira assertiva na estratificação dos pacientes a serem atendidos, os cuidados adequados, evitar novas hospitalizações e inclusive a alta quando não há mais critérios que estabeleçam a permanência no serviço”, pontuou Bruna Betiatti, referência técnica regional da Urgência e Emergência.
O SAD é composto pelas Equipes Multidisciplinares de Atenção Domiciliar (EMAD) – tipo 1 ou 2 e pelas Equipes Multidisciplinares de Apoio (EMAP). Enquanto a EMAD conta com profissionais médicos, enfermeiros, fisioterapeutas/assistentes sociais, profissionais auxiliares ou técnicos de enfermagem, a equipe que trabalha de forma integrada e articulada, que é a EMAP, pode ser formada assistente social, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, odontólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional e farmacêutico.
A lógica do SAD dentro do SUS é abrir a porta de saída e criar barreiras para a porta de entrada, ou seja, o que serviço pode fazer para que o paciente fique melhor atendido em casa e não volte para o hospital e UPA. “Os principais desafios da transversalidade do home care estão no suporte e parceria com a Atenção Primária, desospitalização responsável e porta de saída efetiva, resolutiva e humanizada dos Serviços de Urgência”, reforçou a referência técnica em Atenção Domiciliar, Laerte Honorato Borges Júnior.
Desde maio do ano passado, a Secretaria de Saúde de Tupaciguara vivencia cuidados dispensados a um paciente que será acompanhado pelo SAD. “Temos uma experiência pregressa, e contamos com o auxílio do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, da Regional de Saúde e da equipe do SAD do município de Uberlândia. Nossa tarefa está sendo montar o novo serviço, oferecer apoio matricial aos 117 pacientes acamados para definir quais continuarão sendo atendidos unicamente pela Atenção Primária e quais serão acompanhados também pelo SAD”, destacou a secretária de saúde, Janaína Lemos.
Autor: Lilian Cunha