Semana de Prevenção às ISTs movimenta profissionais de saúde em Montes Claros

Créditos: Pedro Ricardo

Com o tema “O Cenário Nacional e Estadual das Infecções Sexualmente Transmissíveis” coordenado pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), foi aberta, nesta segunda-feira, 26/8, em Montes Claros, a Semana Municipal de Prevenção às ISTs. As atividades foram abertas pela Secretaria Municipal de Saúde com a realização de seminário no auditório das Faculdades Pitágoras, contando com a participação da secretária municipal de Saúde, Dulce Pimenta; da superintendente regional de saúde de Montes Claros, Dhyeime Thauanne Pereira Marques; servidores que atuam no Programa de Prevenção, Controle e Tratamento das ISTs/HIV/Aids e Hepatites Virais, além de dirigentes de entidades não governamentais (ONGs).

Até sexta-feira, 30/8, profissionais de saúde e dirigentes de ONGs participarão de diversas atividades voltadas para a elaboração de estratégias de prevenção e diagnóstico precoce das ISTs. Além de seminários, estão sendo realizadas atividades nas unidades de Estratégia de Saúde da Família de diversos bairros; realização de blitz educativa; panfletagens; mesas redondas e palestras em escolas.

Durante a abertura da Semana de Prevenção às ISTs, Dulce Pimenta ressaltou a importância da iniciativa “por abordar um grave problema de saúde pública prevalente no mundo. No Brasil, nos últimos anos, as notificações de sífilis têm aumentando gradativamente, se configurando numa situação de epidemia”, observou a secretária. Segundo ela, “a exemplo do que vem acontecendo em todo o país, em Montes Claros as notificações de sífilis triplicaram entre 2015 e 2018, chegando a quase 600 casos registrados”, analisou.

Nesse contexto, salientou Dulce Pimenta, o reforço das ações de prevenção, diagnóstico precoce e encaminhamento de pacientes para tratamento no Centro de Referência em Doenças Infectocontagiosas (CERDI) se constituem ações de fundamental importância a serem implementadas pelas Equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) a fim de que ocorra a quebra da cadeia de transmissão de doenças que podem ser evitadas por meio de ações de preventivas. O CERDI sediado em Montes Claros é referência de atendimento de pacientes oriundos de outros 43 municípios do Norte de Minas.

A superintendente regional de saúde de Montes Claros, Dhyeime Marques, também ressalta a importância da intensificação dos trabalhos de prevenção que os serviços de atenção primária à saúde dos municípios têm a implementar perante os mais diversos segmentos da população, visando conter o avanço das notificações de ISTs, bem como a identificação precoce de pacientes a serem encaminhados para tratamento. “Trata-se de um problema de saúde pública que precisa ser enfrentado pelos municípios, inclusive através do estabelecimento de parcerias com organizações não governamentais”, conclui a superintendente lembrando que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem garantido aos pacientes a realização de exames e o tratamento daqueles que forem diagnosticados com alguma doença.

Cenário

Ao proferir palestra sobre o Cenário Nacional e Estadual das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), a referência técnica da SES-MG em Montes Claros, Márcia Azevedo Corrêa, reforçou a importância do reforço das ações de conscientização da população quanto à prevenção, uma vez que as infecções sexualmente transmissíveis continuam sendo um dos maiores problemas mundiais de saúde pública.

“Por ano a sífilis acomete 1 milhão de gestantes em todo o mundo e causa mais de 300 mil mortes fetais e neonatais. Além disso, coloca em risco de morte prematura mais de 200 mil crianças”, alertou Márcia Corrêa. Entre 2012 e 2017, as notificações de sífilis congênita em Minas Gerais tiveram um aumento de 347,2% e em gestantes o crescimento foi de 403,9%.

Ainda de acordo com a referência técnica da SES-MG, entre 2013 e 2017 as notificações de infecções por HIV aumentaram de 1.272 para 3.528 casos em Minas Gerais. Já as notificações de hepatites virais B e C que em 2013 chegaram a 1.695 casos, em 2017 aumentaram para mais de 2 mil registros no Estado.

Autor: Pedro Ricardo

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