Além de discutir o cenário epidemiológico a partir da publicação em Boletim Epidemiológico dos números da covid-19 em Minas Gerais, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, voltou a reforçar, durante entrevista coletiva em formato virtual concedida nesta segunda-feira (18/5), a importância do uso de máscaras para contenção e controle da doença. Também foram abordadas questões envolvendo o programa Minas Consciente e demais esclarecimentos sobre ações que possam controlar a epidemia no território do Estado. Até o momento, Minas contabiliza 4.695 casos confirmados da Covid-19, registrando 2.280 pacientes em acompanhamento. Outros 2.254 são consideradas recuperadas. Há 161 mortes confirmadas em decorrência da doença.
O secretário fez comentários sobre o uso de máscaras, relatando que algumas pessoas ainda não estão fazendo uso do equipamento. “No último fim de semana, fui ao mercado e vi que muitas pessoas estavam utilizando máscaras, mas por outro lado também havia pessoas que não usavam. Precisamos entender que o isolamento e o distanciamento são importantes, e o uso de máscaras é um tipo de isolamento”, explicou.
Amaral ainda esclareceu como as máscaras contribuem na prevenção da covid-19. “De uma forma geral, a covid se transmite ou por gotículas, quando a pessoa tosse ou espirra, ou contato com superfícies contaminadas. Para nós, a máscara se revela como instrumento importante, porque evita que caiam gotículas de pessoas com pouco sintomas ou assintomáticas nas superfícies. Fazendo uso das máscaras, poderemos caminhar progressivamente nos resultados de isolamento”, avaliou.
Carlos Eduardo Amaral também lembrou o Minas Consciente como uma política pública capaz de manter níveis de isolamento adequados e propiciar o controle da epidemia. “É um programa de coordenação, o primeiro elaborado no Brasil, aplicado em um estado muito diverso, com 853 municípios, com variações de tamanho, densidade populacional, climas, variados em incidência da Covid-19. Pegamos o que havia de literatura e consolidamos em um programa, o que serviu, inclusive, como referência técnica para outros programas. Ele continua, contudo, em constante revisão. Isso porque se trata de uma doença nova e sempre há agregação de novos conhecimentos”.
O secretário lembrou que há dependência dos resultados assistenciais e da própria evolução da epidemia, produzindo as migrações de ondas no decurso do tempo. “As orientações dos protocolos são fundamentais. Precisamos da adesão da sociedade. Quanto mais adesão nós tivermos de cada indivíduo, quanto maior for a observância das orientações que constam no programa, sem flexibilizações, nós teremos um controle significativo da epidemia e promover as migrações dentro das ondas do Minas Consciente”, destacou.
Já o secretário adjunto de Estado de Saúde, Marcelo Cabral, lembrou dois atos normativos que estruturam as medidas de isolamento em Minas, as Deliberações 17 e 39 do Comitê Extraordinário covid-19. A primeira traz orientações gerais sobre isolamento ao município. A segunda normatiza de forma específica a partir da adesão do município ao Minas Consciente. “São hipóteses distintas e dependem da adoção ou não do programa. É importante observar essas deliberações, para que os municípios tomem suas providências. A questão de barreiras depende das condições do município e também de interlocução com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De nossa parte, havendo alguma solicitação em particular, vamos avaliar com o que podemos cooperar. O fundamental é observar a competência de cada um dos entes”, afirmou.
Testes
Com relação à política de testes, Carlos Eduardo Amaral declarou que Minas mantém uma estratégia conforme o que foi programado no início da epidemia. “De uma forma geral, quando falamos em ampliação de testes, devemos lembrar que o mundo inteiro tem limitação de testes, por questão de demanda, e não me parece razoável sairmos testando todo mundo e comprometer os testes no futuro. Nossa situação epidemiológica ainda mostra um número relativamente baixo de casos, números relativamente baixos de óbitos. Isso não significa que se, posteriormente, tivemos acesso a quantitativos maiores de testes, aí poderemos pensar em testar mais pessoas”, avaliou.
Ao comentar as mudanças promovidas no Boletim Epidemiológico, o secretário destacou que um dos objetivos da alteração foi promover maior uniformidade no tratamento dos dados em relação à covid-19. “Essa mudança veio da equipe técnica para que pudéssemos nos alinhar com estados e o próprio Ministério, o que permite comparação de Minas com demais entes. Não acreditamos que essa medida possa ser contrária ao princípio da transparência, ao contrário, pois permite maior comparação”, asseverou.
Autor: Ramon Santos