A Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares (SRS-GV) concluiu nesta sexta-feira (20/11) visitas técnicas aos municípios de Galiléia, Resplendor, Aimorés, Itueta e Tumiritinga, atingidos pela tragédia ambiental do Rio Doce, causada pelo rompimento da barragem da Sarmaco em Mariana. O objetivo foi verificar, in loco, a situação dos municípios e detalhar, para gestores e coordenadores de Atenção Primária à Saúde e de Vigilância Ambiental e Epidemiológica, recomendações contidas no Protocolo Assistencial para abordagem ambulatorial. As visitas também tiveram como intuito levar orientações de vigilância em saúde às vitimas do desastre do rompimento da barragem em Mariana, elaboradas pelo Comitê Operativo de Emergência da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
Foram abordadas e discutidas com os profissionais de saúde municipais, entre outras, orientações, intensificação das ações de assistência e vigilância em saúde para identificação de possíveis surtos de doenças e agravos, principalmente as diarreicas agudas, hepatite A, leptospirose, tétano acidental, acidentes por animais peçonhentos, dermatites, doenças crônicas descompensadas e outras transmitidas por vetores que possam ser associados ao contato com a lama. Alertou-se também para a necessidade de uma atenção especial dos agentes de saúde e de endemias sobre prevenção de possíveis focos de dengue nas casas com armazenamento de água. A importância do uso do hipoclorito de sódio, produto já distribuído pela SRS-GV aos municípios, também foi reforçado. O produto deve ser utilizado, principalmente, na água que está sendo fornecida à população pelos carros pipa ou de poços e cisternas.
Para a coordenadora do Núcleo de Atenção Primária da SRS-GV, Cristian Kelly Costa Santos, é necessário que as ações municipais sejam realizadas por meio da parceria entre a Vigilância em Saúde e a Atenção Primária do município. “É preciso dar atenção à identificação das pessoas que tiveram contato com a lama e aos sinais e sintomas de doenças infecciosas. Deve-se também ter um olhar especial para as populações ribeirinhas e grupos de pescadores, alertando-os sobre os riscos de contaminação e sobre a necessidade imediata de prevenção”, ressaltou.
Para o secretário de Saúde de Itueta, Deguimar Ferreira dos Reis, a visita da SRS-GV à cidade e o alinhamento de informações com a equipe de saúde municipal são importantes nesse momento de emergência. “Não imaginávamos passar por uma tragédia ambiental dessa natureza e a presença do Estado nos municípios atingidos no Vale do Rio Doce é fundamental, já que dependemos muito desse apoio técnico”, frisou.
A mesma opinião é compartilhada pela coordenadora de Atenção Primária de Aimorés, município localizado na divisa com o Espirito Santo, Sandra de Oliveira Pena. “Nós, profissionais que estamos na ponta do sistema, em contato e trabalho direto com a população, às vezes não temos a oportunidade de nos atualizarmos e precisamos desse suporte e retorno do Estado, principalmente agora face a esse desastre ambiental”, finalizou.
Pela equipe da SRS-GV, participaram também das visitas a coordenadora do Núcleo de Epidemiologia, Alice Rodrigues de Matos, Marcílio Oliveira Bicalho (Vigilância Ambiental), Ludmila Menezes Cobri (Atenção Primária) e Francelly M. Neves de Oliveira (Gestão).
Autor: Frederico Bussinger