Regional de Saúde de Montes Claros mobiliza municípios para o enfrentamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave

Com 567 hospitalizações e 23 óbitos notificados neste ano no Norte de Minas causados por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros está mobilizando os gestores de saúde quanto à necessidade de intensificação das ações de vacinação contra a gripe. Na sexta-feira (2/5) o Governo de Minas decretou situação de emergência em saúde pública devido ao aumento dos casos de SRAG. A medida é válida por seis meses e permite a adoção de ações administrativas e assistenciais, ampliando a capacidade de resposta do Estado, como a contratação de profissionais e aquisição de insumos.

“Estamos no período sazonal de aumento dos casos de síndrome respiratória aguda grave e, por esse motivo, é importante que os municípios intensifiquem a mobilização da população para se vacinar contra a gripe. A vacinação contempla todas as faixas etárias, incluindo crianças a partir de seis meses de idade”, destacou a coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes. 

Ainda de acordo com a coordenadora, os municípios devem priorizar a vacinação das pessoas que compõem os grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde (MS), o que inclui os idosos e as crianças, por estarem mais sujeitos a adoecimento por gripe e terem o maior risco de evolução para situação grave de saúde, necessitando de hospitalização.

“A vacinação das pessoas dos grupos prioritários é primordial, pois possibilita a redução das hospitalizações e a sobrecarga de atendimentos nos serviços de saúde”, pontua Agna Menezes.

Dados do Painel de Monitoramento de SRAG em Minas Gerais reforçam o alerta da coordenadora. Neste ano, das 567 internações por síndrome respiratória aguda grave notificadas no Norte de Minas, 255 (44,97%) envolveram crianças na faixa etária de um a nove anos. Outras 191 internações (33,68%) envolveram pessoas com idade entre 60 a mais de 90 anos. 

Em 54 municípios que compõem a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros o quantitativo estimado de pessoas a serem vacinadas contra a gripe está distribuído da seguinte forma: pessoas com 60 anos ou mais de idade (183.329); crianças com dois anos e menores de seis anos (72.550); pessoas com comorbidades (49.289); deficientes físicos (45.308); trabalhadores da saúde (42.593); crianças com seis meses de idade e menores de dois anos (20.609); quilombolas (20.476); gestantes (10.304); professores (16.316); pessoas privadas de liberdade (3.188); puérperas (1.694); indígenas (1.488); funcionários do sistema prisional (1.147); profissionais das forças armadas (467); pessoas em situação de rua (214) e adolescentes sob medidas socioeducativas (130).

Cenário

Até a 17ª semana epidemiológica deste ano o Painel de Monitoramento de Síndrome Respiratória Aguda Grave mantido pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) apontou que, no Norte de Minas, a taxa de incidência está em 35,16 casos por 100 mil habitantes e o percentual de letalidade atingiu 4,06%. 

Das 567 hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave, 403 casos aconteceram em municípios que integram a área de atuação da SRS Montes Claros, com ocorrência de 12 óbitos.

Neste ano os municípios que já notificaram óbitos por SRAG foram: Salinas e Várzea da Palma (três casos em cada município); Brasília de Minas, Campo Azul e Montes Claros (dois casos em cada localidade); Janaúba, Fruta de Leite, Rubelita, Espinosa, Josenópolis, Lontra, Novorizonte, Pedras de Maria da Cruz, Santo Antônio do Retiro, São da Ponte e São João das Missões (um óbito em cada município). 

Das 567 internações registradas no Norte de Minas, 269 (57,97%) não tiveram causa especificada. “Isso aponta para a necessidade dos municípios e dos serviços de saúde não apenas notificarem os casos, mas também, a importância da coleta de amostras para a realização de exames laboratoriais. Isso possibilita aos gestores de saúde entenderem melhor a situação epidemiológica da região e, com isso, definirem a implementação de ações mais assertivas”, frisa Agna Menezes. 

Outros 170 casos de SRAG (36,64%) tiveram como causa outros vírus respiratórios; 18 casos de hospitalização (3,88%) foram causados por covid-19 e seis internações (1,29%) ocorreram por causa do vírus influenza.

Nas 17 primeiras semanas epidemiológicas de 2024, o Norte de Minas contabilizou 632 hospitalizações por SRAG e 21 óbitos. A taxa de incidência estava em 39,19 casos por 100 mil habitantes e o percentual de letalidade chegou a 3,32%.

Pedro Ricardo / Foto: Pedro Ricardo

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