O Grupo de Trabalho (GT) do Programa de Controle de Chagas da Regional de Saúde (SRS) de Divinópolis realizou nos dias 27 e 28 de abril a capacitação de Vigilância da doença de Chagas para agentes de campo e coordenadores de epidemiologia e endemias dos 53 municípios da macrorregião Oeste.
A reunião teve como objetivo discutir, junto à equipe municipal, a importância de uma atuação integrada entre agente de campo de doença de Chagas com enfoque na vigilância do vetor, vigilância epidemiológica de casos de doença de Chagas aguda e crônica e Atenção Primária para rastreamento, avaliação e seguimento de indivíduos com diagnóstico confirmado da doença.
Referência técnica de ações de campo do Programa de Controle da Doença de Chagas (PCDCH) da Regional de Divinópolis, Orivaldo Campos Silva explica que é fundamental o agente conhecer o habitat do barbeiro e ter contato com os moradores do campo, pois a implantação do programa os beneficia diretamente. “Este programa é essencial para a população rural, que é a mais suscetível à doença, além de estar havendo a reinfecção de barbeiro infectado na região. Alguns municípios da região Oeste estavam com o programa parado. Esperamos que esta capacitação on-line ajude aos municípios que já estão com o programa ativo para eles darem continuidade aos trabalhos e que consigamos ativar o programa nos municípios que estão parados”, ressaltou Orivaldo.
Nas temáticas ações de campo e de laboratório de entomologia foram tratados os mecanismos de transmissão da doença, as manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento. Sobre o vetor da doença de Chagas, o barbeiro, cientificamente chamado de triatomíneo, abordaram a biologia do inseto, seus hábitos e como fazer a identificação.
Além disso, o GT trouxe também para a reflexão a metodologia das atividades de Controle dos Triatomíneos, o fluxo de envio desses insetos para o laboratório regional, o formulário de pesquisa e técnicas de borrifação e o Sistema de informação e Vigilância epidemiológica de casos.
Para a servidora aposentada do Ministério da Saúde e atualmente membro do Grupo de Pesquisa de Triatomíneos do Instituto René Rachou (FIOCRUZ-MG) e da equipe do Projeto IntegraChagas Brasil, Janice Maria Borba de Souza, o manual Vigilância da Doença de Chagas: manual técnico das atividades de controle dos triatomíneos, do qual é a autora, foi importante para registrar de forma completa e sistemática a metodologia das ações de controle da doença de Chagas para que os resultados alcançados no controle desse agravo não fossem esquecidos, mas pelo contrário, compartilhado.
“Fui coordenadora do programa de controle da doença de Chagas na Regional de Saúde de Divinópolis por um bom tempo. Senti a necessidade deste registro. O manual reúne conhecimentos teóricos sobre a doença, o vetor e a metodologia de trabalho de maneira clara e minuciosa, assim como os formulários utilizados com orientações detalhadas de preenchimento. Isso o torna uma das ferramentas para capacitação, um guia das atividades rotineiras de campo e uma fonte para tirar dúvidas dos profissionais envolvidos, além de contribuir para o resgate e a reorganização das ações de controle da doença no município”, destacou Janice.
O Grupo de Trabalho é formado por representantes das diversas áreas da Regional de Saúde que incluem Nayara Dornela, do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Orivaldo Campos Silva, referência para as ações de campo do PCDCH, Nayara Evangelista, Coordenação de Atenção à Saúde/Atenção Primária, Maurício Couto, Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Lívia Aparecida Enes Gondim, Assistência Farmacêutica, Edilberto Santos, Vigilância em Saúde, Reginaldo Freitas, Núcleo de Vigilância Epidemiológica.
Doença de Chagas
A doença de Chagas, cientificamente conhecida como Tripanossomíase americana é a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi transmitido pelo barbeiro, inseto hematófago (que se alimenta de sangue). A pessoa infectada pode evoluir para um quadro agudo da doença ou crônico. No agudo, a doença pode ser assintomática e se tornar crônica apresentando a forma indeterminada sem nenhuma manifestação clínica. No quadro crônico, o paciente pode apresentar complicações cardíacas, digestiva ou mista (cardíacas e digestivas).
Após a confirmação da doença, o tratamento deve ser indicado por um médico. O medicamento é fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde, mediante solicitação da Secretaria de Estado de Saúde. A sua utilização é indicada para pessoas que têm a doença na forma aguda e crônica.
Autor: Willian Pacheco