Desde que o Governo de Minas decretou situação de emergência em saúde pública devido ao aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado, em 02/05/2025, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova vem acompanhando de perto o cenário dos casos de SRAG no território. Visando dar mais visibilidade ao assunto, está sendo produzido, semanalmente, o Boletim SRAG – URS Ponte Nova, por meio da avaliação do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).
“O intuito é atualizar os profissionais de saúde da região em termos estatísticos e oferecer dados para a tomada de decisão de diversos setores, entre eles assistência e regulação”, explicou a referência técnica em Vírus Respiratórios do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) da SRS, Dádiva Raquel Rodrigues, que também orientou sobre os sinais indicativos de SRAG: “São considerados casos graves as síndromes gripais que apresentem algum desses sintomas: desconforto respiratório, pressão persistente no tórax, saturação de oxigênio menor que 95% em área ambiente, coloração azulada nos lábios ou rosto e que necessitam de hospitalização”, explicou.
Segundo o boletim, na área da Regional de Ponte Nova, composta pelas microrregiões de Saúde de Ponte Nova e Viçosa, foram notificados 99 casos de SRAG entre as semanas epidemiológicas (SE) 1 a 26. “A semana que registrou maior pico foi a 20 (11/05/2025 a 17/05/2025), com 11 casos. Porém, vemos nas últimas quatro semanas uma tendência de queda nas notificações”, avaliou Dádiva.
De acordo com o informativo, a distribuição de casos por estabelecimento de saúde – no período avaliado – deu-se da seguinte forma: o Hospital São Sebastião (HSS), de Viçosa, apresentou maior número de notificações, com um total de 54 casos, seguido pelos hospitais de Ponte Nova Nossa Senhora das Dores (HNSD), com 18 notificações, e Arnaldo Gavazza Filho (HAGF), com 14 notificações.
A distribuição dos casos por sexo revela uma maior porcentagem em pessoas do sexo masculino, com 55%. Em relação à faixa etária, 46% dos casos foram em crianças entre 1 a 4 anos (46 notificações), seguido da faixa etária de 5 a 19 anos (25 casos). No entanto, os dados apontam que, nas três últimas semanas houve uma alteração no perfil dos casos notificados, saindo do predomínio da faixa etária de 1 a 4 anos e passando para a população adulta (20 a 79 anos e 80 anos e mais).
Outros dados
Os dados apontam que 35% dos casos precisaram de suporte em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo que a faixa etária que mais demandou internação de 1 a 4 anos (17 casos), seguida da faixa etária de 5 a 9 anos (6 casos). Em relação à necessidade de utilização desses leitos, desde a semana 12 registrou-se uma média dois casos de SRAG requerendo suporte de UTI por semana.
A publicação apontou, ainda, que oitenta e sete casos tiveram amostra biológica coletada para identificação do vírus, sendo que 50 delas apresentaram resultado positivo no RT-PCR, com maior positividade para o Vírus Sincicial Respiratório (23), seguido do Rinovírus (11) e da Influenza (8).
Para acesso ao boletim na íntegra, clique aqui.
Por Tarsis Murad