A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova, por meio de técnicos do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi), tem auxiliado os municípios de sua área de abrangência na condução da Campanha Antirrábica Animal para Cães e Gatos. Além do acondicionamento e distribuição das vacinas, a Regional promove, de acordo com a demanda, capacitações in loco, como as que já foram realizadas em Teixeiras, Sericita, Guaraciaba, Paula Cândido, Porto Firme, Alvinópolis e Jequeri.
Nessas ocasiões, são ofertadas aulas práticas e teóricas, incluindo contenção de animais, técnicas de preenchimento de formulários, distribuição de cartão de vacina e orientações sobre profilaxia da doença.
No âmbito da Regional, as ações são capitaneadas pela referência técnica do Nuvepi, Carlos Eduardo Silva, há 25 anos à frente da Campanha Antirrábica Animal, com o apoio dos supervisores de campo do Ministério da Saúde (MS), Geraldo de Souza Caldas e Sebastião de Almeida Moreira (integrados do quadro de funcionários da SRS). “Devido às mudanças das gestões municipais e à rotatividade de servidores, incluindo a área de epidemiologia, faz-se necessário promover alinhamentos e treinamentos junto às equipes”, frisou Silva.
Em 2021, a campanha é feita de forma mais tardia e menos prolongada que o usual, entre 1/9 e 31/10, devido a questões logísticas, sobretudo ligadas à capacidade de armazenamento das redes de frio das salas de vacinação, que acondicionam vacinas de rotina e contra a covid-19.
No território da Regional de Ponte Nova, foram distribuídas cerca de 115 mil doses (divididas entre 30 municípios), sendo 85 mil doses destinadas à população canina e 20 mil à população felina. Outras 10 mil doses são direcionadas para suprir eventuais perdas, segunda dose de reforço de animais vacinados pela primeira vez e eventual crescimento populacional. Viçosa (16 mil), Ponte Nova (10,5 mil), Raul Soares (7,5 mil), Jequeri (6,5 mil) e Guaraciaba (6 mil) são os locais com maior volume de distribuição.
Geraldo Caldas enfatizou que a raiva é 100% letal ao ser humano. “Então o objetivo é vacinar pelo menos 80% da população total de animais para cortar o ciclo de contaminação da doença”, pontuou.
A estratégia de vacinação utilizada na zona rural é ir de casa a casa; já na zona urbana as estratégias variam conforme cada município, que podem optar pela definição de um local fixo ou pela prática em domicílio. “A vacinação é feita de forma subcutânea com aplicação de 1 ml em cada cão e gato, independentemente de peso e tamanho. Alertamos aos donos de animais para que façam a contenção, de forma a facilitar o trabalho do aplicador”, destacou Silva.
A coordenadora do Nuvepi, Mônica Maria de Sena Fernandes, reforçou a necessidade de os secretários municipais de Saúde acompanharem a campanha do início até os resultados finais. “É preciso que seja feita gestão adequada das doses recebidas pelo município e suporte à equipe de imunização, de forma a atingir o maior número de animais imunizados. Deve-se, também, prezar pela cobertura geral de vacinação, evitar o desperdício de doses ou má utilização dos insumos, além de preservar a equipe de vacinadores para as campanhas futuras”, declarou.
Sobre a raiva
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda que acomete mamíferos, inclusive o homem, caracterizando-se como uma encefalite progressiva com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae. Ela é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo também ocorrer pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. A vacinação anual de cães e gatos é eficaz na prevenção da raiva nesses animais, o que, consequentemente, também previne a raiva humana. Além disso, há outras medidas eficientes de prevenção, como a disponibilização de soro antirrábico humano e a realização de bloqueios de foco.
Autor: Tarsis Murad