Regionais de Montes Claros e Pirapora concluem oficinas da 2ª onda do Projeto Saúde em Rede

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Com enfoque na busca de conhecimentos de aspectos e do perfil epidemiológico da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e do Diabetes Mellitus, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros e a Gerência Regional de Saúde de Pirapora (GRS) concluíram no dia 10 de novembro, as oficinas de encerramento do 2º ciclo de expansão do Projeto Saúde em Rede. A iniciativa envolveu as secretarias de saúde das microrregiões de Taiobeiras, Bocaiúva, Coração de Jesus e Pirapora. 

Numa ação conjunta da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) com a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG), o projeto foi iniciado em 2019 em 29 municípios do Vale do Jequitinhonha, com o objetivo de formar tutores que estão atuando junto com os municípios na estruturação das redes de atenção à saúde. O foco das ações visa transformar o atual modelo hierárquico, que tem os hospitais como centros dos atendimentos, para dar lugar à gestão integrativa da saúde. Nesse novo modelo, os serviços de atenção primária dos municípios passarão a ser os ordenadores dos cuidados em saúde.

Na segunda onda de expansão do Saúde em Rede participaram profissionais de 27 municípios da área de atuação da SRS de Montes Claros. A formação de tutores foi iniciada no primeiro semestre deste ano e foi conduzida por referências técnicas da Coordenadoria de Atenção à Saúde da SRS de Montes Claros, da GRS de Pirapora e professoras da ESP-MG.

O coordenador de Atenção à Saúde da SRS, João Alves Pereira avalia que são positivos os resultados que os municípios já vêm obtendo na formação de tutores que vão atuar na estruturação das redes de atenção à saúde. Na opinião dele, “a reorganização dos serviços de atenção primária à saúde tende a melhorar consideravelmente, inclusive obtendo maior integração com os serviços de atenção especializada e, com isso, viabilizando a melhoria da  assistência à população”.

Nesta última etapa de oficinas o Projeto Saúde em Rede destaca que discutir aspectos do cuidado compartilhado entre serviços de atenção especializada e de atenção primária em saúde constitui iniciativa importante. Isso porque, “as condições crônicas são circunstâncias na saúde das pessoas que, em geral, estão relacionadas com múltiplas causas. Elas se caracterizam por um início gradual, com longa ou infinita duração. As condições crônicas requerem distintas respostas dos sistemas de saúde e desafiam, cotidianamente, suas equipes para a oferta de um cuidado integral”. 

Por esse motivo, a última etapa de oficinas do Projeto Saúde em Rede destaca que “é importante conhecer a prevalência das condições crônicas de saúde e os seus impactos no perfil de morbimortalidade da população. Isso porque, nas últimas décadas, o Brasil vem experimentando um processo de mudança demográfica caracterizado, principalmente, pelo envelhecimento da população. Isso somado à intensa urbanização, às mudanças socioeconômicas e à globalização, tem produzido importantes impactos nos modos de viver, trabalhar e se alimentar dos brasileiros. Daí, uma das consequências é o crescimento de fatores como obesidade e sedentarismo, que vêm provocando alterações no perfil epidemiológico de doenças, com o aumento da prevalência de condições crônicas, tais como hipertensão e diabetes”.

PLANEJAMENTO

O Projeto Saúde em Rede foi concebido pela SES-MG como um processo de educação permanente que tem o propósito de desenvolver a competência das equipes para o planejamento e organização da atenção à saúde com foco nas necessidades dos usuários do SUS.

O trabalho deverá ser implementado de acordo com o modelo de atenção às condições crônicas, contemplando desde a organização dos serviços de atenção primária, passando pela atenção especializada e hospitalar a fim de promover um melhor serviço para a sociedade e gerar mais valor para a população.

Para isso a metodologia é estruturada em oito ciclos temáticos, com 11 oficinas tutoriais e seis workshops de alinhamento conceitual.  A tutoria não se constitui processo de fiscalização ou avaliação de desempenho, nem de definição do que os profissionais devem fazer. Pelo contrário, se constitui em um “fazer junto”, sem substituir os profissionais nas suas funções e responsabilidades, ajudando na reflexão sobre a própria prática, na identificação de fragilidades e nas ações corretivas necessárias.

O projeto conta com uma plataforma de monitoramento da evolução dos municípios em relação às matrizes e instrumentos propostos, bem como do status de cada localidade em relação ao projeto. Um painel de bordo permite à gestão identificar quais processos foram implantados e o nível de maturidade da gestão de processos em cada uma das unidades laboratório, de atenção primária e especializada.

TERCEIRA ONDA

Para a segunda quinzena de novembro a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros está programando o início das oficinas da terceira onda de expansão do Projeto Saúde em Rede envolvendo mais 27 municípios. A previsão é que os trabalhos sejam concluídos em agosto de 2023.

Para a implementação do Projeto a SES-MG está disponibilizando recursos superiores a R$ 4,3 milhões às secretarias municipais de saúde. As localidades contempladas são: Botumirim; Capitão Enéas; Catuti; Claro dos Poções; Cristália; Espinosa; Francisco Sá; Gameleiras; Glaucilândia; Grão Mogol; Itacambira; Jaíba; Janaúba; Josenópolis; Juramento; Mamonas; Matias Cardoso; Mato Verde; Mirabela; Monte Azul; Montes Claros; Nova Porteirinha; Pai Pedro; Porteirinha; Riacho dos Machados; Serranópolis e Verdelândia. 

Outros 15 municípios jurisdicionados à Gerência Regional de Saúde de Januária estão recebendo o repasse de R$ 2,4 milhões para inserção na terceira onda do Projeto Saúde em Rede. São eles: Brasília de Minas; Campo Azul; Ibiracatu; Icaraí de Minas; Japonvar; Lontra; Luislândia; Patis; Pintó

 

 

Autor: Pedro Ricardo

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