Gestores do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste (Cisdeste) estiveram em Montes Claros ontem (19/09) para conhecer a estruturação de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência do Norte de Minas (Cisrun). O Serviço é mantido pelo Governo de Minas por meio de recursos repassados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
“Estamos nos preparando para implantar a rede de Urgência e Emergência em nossa região e queremos conhecer a experiência do Norte de Minas, que se tornou uma referência para todo o país, principalmente em como otimizar recursos e custeio”, justifica João Paulo Damasceno, secretário executivo do Cisdeste.
João Paulo explica que a construção das instalações que irão abrigar o SAMU regional já está em fase de conclusão e que, assim como no Norte de Minas, o serviço será gerenciado pelo consórcio intermunicipal, em conformidade com as políticas públicas do Estado. “Nesse momento, estamos buscando nos organizar para dar início aos trabalhos e a visita ao Cisrun e ao SAMU Macro Norte é fundamental para nos ajudar na estruturação da equipe e na redução das inconformidades, já que a experiência norte-mineira está mais avançada e tem expertise na solução dos problemas que certamente também enfrentaremos”, completa.
Segundo o secretário o projeto da rede de Urgência e Emergência e os critérios de distribuição das unidades do SAMU da Macro Sudeste já estão definidos e que a previsão de início das atividades é para ainda neste ano. O projeto da Secretaria de Estado de Saúde vai integrar 94 municípios de 8 regiões de saúde (Além Paraíba, Carangola, Juiz de Fora/Lima Duarte/Bom Jardim de Minas, Leopoldina/Cataguases, Muriaé, Santos Dumont, São João Nepomuceno/Bicas e Ubá), assistindo uma população de 1.568.147 habitantes.
Para o presidente do CISRUN, Ricardo Afonso Veloso, essa troca de experiências entre regiões é fundamental não só para padronizar os serviços, mas, principalmente, para que as experiências exitosas possam servir de base para novos projetos. “Cada região tem suas especificidades que precisam ser consideradas para que a Rede dê certo. Tradicionalmente, o Norte de Minas trabalhou com pouco recurso e grande demanda, além das dificuldades estruturais da região, mas sempre soube canalizar essas dificuldades com união e parceria. É assim desde o movimento sanitário que deu origem ao Sistema Único de Saúde e, agora, com a Rede de Urgência, a região dá um novo salto e se torna modelo para o país. Por sermos os pioneiros nesse projeto, estamos conscientes de nossa responsabilidade em compartilhar as experiências e nos sentimos honrados em fazê-lo”, reconhece.
Durante a visita, o coordenador médico do Cisdeste, Cláudio Moisés Lacerda Reis, esclareceu suas dúvidas em relação à grade de referência, à comunicação entre o SAMU e os hospitais, e às implicações técnicas e políticas na gestão do serviço de regulação.
O coordenador médico do SAMU Macro Norte, Enius Versiani, explicou aos visitantes como o serviço foi organizado e o papel desempenhado por cada instância, ressaltando a importância da atuação do Comitê Gestor de Urgência na definição, direcionamento e cumprimento das metas. “Foram muitos desafios superados até chegar ao nível de organização que estamos hoje. Os hospitais têm pré-disposição em receber os serviços de urgência e emergência, os gestores conhecem os limites de sua atuação e há uma responsabilidade solidária com a Rede. Ainda há muito a ser superado, até porque a Rede está em movimento e passa por ajustes o tempo todo para se adequar às demandas, mas já avançamos muito”, ressalta.
A equipe técnica do Cisrun apresentou aos visitantes os detalhes da viabilização e gerenciamento do consórcio, mostrando o papel de cada um dos entes consorciados e a participação do Estado e da União no processo, e a lógica do gerenciamento da Rede, que atrela economia de recursos à promoção de saúde de qualidade aos usuários do SUS. “As informações compartilhadas durante a visita irão contribuir sobremaneira para a organização do serviço em nossa região”, avalia o secretário João Paulo.
Autor: Jerúsia Arruda