Reunidos em Plenária, 3 mil pessoas que participam da 8º Conferência Estadual de Saúde de Minas Gerais começaram na manhã desta sexta-feira, 04/09, as votações que irão definir as cinco propostas mineiras para as políticas públicas de saúde do país. As propostas eleitas em plenária serão encaminhas à 15º Conferência Nacional de Saúde. “Este é um momento importante para a democracia e a construção do Sistema Único de Saúde. A expectativa é que esse último dia seja o apogeu da conferência estadual, porque vão sair daqui as propostas de Minas para a saúde pública do país, além das delegadas e delegados que representarão o estado na conferência nacional”, disse o secretário estadual de saúde de Minas Gerais, Fausto Pereira dos Santos, que integrou a mesa condutora das votações.
Na quinta-feira, 03/09, os grupos de trabalho, divididos em 8 eixos temáticos, elaboram mais de 8 mil propostas para o SUS. O coordenador adjunto da comissão de relatoria, Érico Colen, explicou que as propostas foram analisadas pela relatoria e contempladas em cem principais para serem votadas. “O Relatório Final da Etapa Estadual deverá ser enviado à Comissão Organizadora da Etapa Nacional , até o dia 31 de outubro de 2015”, disse.
Ampliar o conceito de saúde
Defendendo uma das propostas do eixo temático Direito à saúde, garantia de acesso e atenção de qualidade, a nutricionista Jordânia Castanheiras do município de Capim Branco defendeu em plenário a necessidade de mais financiamento para as práticas integrativas e complementares. Segundo ela, a proposta permite ampliar o conceito de saúde, incluindo a alimentação segura e livre de agrotóxicos como direito. “Meu munícipio é um dos maiores produtores de produtos orgânicos do estado. Mas a própria comunidade não tem acesso a esses produtos, praticamente toda a produção é escoada para fora do município, porque a alimentação saudável ainda é inacessível e cara. Precisamos mudar isso, valorizando e financiando projetos do SUS que compreendam que a alimentação segura, livre de produtos geneticamente modificados e agrotóxicos, também é questão de saúde pública”, disse.
O grupo cultural Meninas de Sinhá fez uma apresentação de dança, canto e roda nos intervalos da votação. Dona Diva, 76 anos, falou da importância transformadora da dança e do canto na sua saúde. E deixou claro que ela entende como é amplo o conceito. “Aqui nesse grupo temos pessoas idosas e todas enfrentando problemas de saúde como depressão, derrame. Mas estamos sempre alegres, porque a alegria é importante para a saúde. Se eu tivesse que dar um conselho para as pessoas aqui, diria que o importante é saber que saúde é estar feliz e para isso é preciso estar segura de que se você precisar de ajuda tem gente para te amparar”, disse.
Autor: Juliana Gutierrez