O Programa Samuzinho implementado em caráter pioneiro pelo Governo de Minas por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência do Norte de Minas (Samu) está formando nesta quinta-feira, 22, a sua primeira turma de 65 alunos. A solenidade será realizada a partir das 9 horas, no auditório da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), em Montes Claros.
Mantido com recursos financeiros repassados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) o Programa tem a participação das superintendências regionais de Saúde e de Ensino de Montes Claros e da Secretaria Municipal de Educação. A primeira turma de crianças matriculadas em onze escolas públicas e privadas de nível fundamental iniciaram as atividades em maio deste ano e, num período de dois meses, receberam orientações sobre educação em saúde e quanto aos prejuízos causados pelos trotes realizados através do número 192.
Durante o curso as crianças também foram orientadas quanto ao tipo de atendimento prestado pelo Samu; tiveram acesso a informações sobre primeiros socorros; participação em brincadeiras de forma segura; prevenção e iniciativas de como agir em casos de acidentes. As aulas foram ministradas pelo Núcleo de Educação Permanente do Serviço Móvel de Urgência.
A enfermeira e coordenadora do Núcleo de Educação, Wilhma Alves de Castro explica que as crianças são preparadas não só para o autocuidado e para adotar um comportamento seguro em situações de urgência, mas também para multiplicar essas informações junto à comunidade escolar.
“A parceria com a escola é fundamental para a efetividade do programa. O ideal, inclusive, seria incluir na grade curricular a orientação de como utilizar os serviços de atendimento de urgência, entre eles o Samu, Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar de forma a combater os trotes de maneira mais efetiva”, observa a coordenadora.
Na primeira etapa de implantação do Programa as atividades envolveram cinco escolas estaduais sediadas em Montes Claros: Dr. João Alves, Delfino Magalhães, Vereador Francisco Tófani, Levi Durães Peres e Salvador Filpi; cinco escolas municipais: Dr. Alfredo Coutinho, Sebastião Mendes, Jason Caetano I e II, Professora Neide Melo Franco e o Centro Educacional Letrinhas Mágicas, ligada à rede privada.
Os alunos selecionados assistiram às aulas no período vespertino e matutino, uma vez por semana, em horário contrário ao que frequentam a escola, sem prejuízo para as atividades do ensino formal. Cada aluno recebeu um kit contendo uniforme e boné, material didático para acompanhamento das aulas e alimentação no período de permanência no Programa, com carga horária de 32 horas.
A superintendente regional de Saúde de Montes Claros, Olívia Pereira de Loiola entende que a iniciativa pioneira implementada através do Samu da região ampliada do Norte de Minas merece ser difundida para outras regiões do Estado e do país.
“O apoio do Governo de Minas por meio da Secretaria de Estado de Saúde na viabilização do Samuzinho já apresenta resultados altamente positivos, sobretudo no que se refere à formação de novos cidadãos com consciência crítica. Além da aquisição de conhecimentos que serão importantes para o decorrer de suas vidas, as crianças se constituem em multiplicadores das informações recebidas tanto no meio familiar bem como para as pessoas com as quais se relacionam fora do ambiente escolar”, salienta a superintendente.
Trotes
O prefeito de Bocaiúva e presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência e Emergência do Norte de Minas (Cisrun), Ricardo Veloso ressalta que o Programa Samuzinho tem sido fundamental para a redução do número de chamados de brincadeira (trotes) recebidos pelo Samu.
“Desde que iniciamos o Programa em maio deste ano já foi possível perceber uma redução significativa no número de trotes. Mas é preciso fortalecer ainda mais o trabalho educativo para melhor utilização do serviço”, ressalta Veloso.
De acordo com levantamento da central de regulação do Samu, diariamente são registrados cerca de 720 chamados para atendimento de urgência e emergência no Norte de Minas. Dentre as chamadas, 21% são trotes. Apesar de o índice ainda ser muito alto, há menos de quatro meses o número trotes correspondia a cerca de 30% dos chamados recebidos pelo Serviço Móvel de Urgência.
Além de congestionar as linhas telefônicas e gerar empenho de unidades de socorro comprometendo o atendimento a uma necessidade real, os trotes geram prejuízos ao Governo. “Cada saída de uma Unidade de Suporte Avançado (USA) custa em média R$ 2,3 mil e a de Suporte Básico (USB), custa cerca de R$ 1,1 mil”, ressalta Ricardo Veloso.
Por meio do Programa Samuzinho mantém a realização de blitze e palestras educativas em datas estratégicas nas escolas e junto à comunidade.
Autor: Jerúsia Arruda