Práticas Integrativas Complementares em Saúde – como auriculoterapia – podem ajudar a reduzir uso exagerado de medicamentos
Quase todo mundo convive com dores. Com o passar dos anos, elas tendem a se agravar e novas dores podem surgir. A automedicação é uma prática utilizada por muitos como medida paliativa no alívio da dor, sem a devida consulta ao médico.
Novas abordagens foram incorporadas ao SUS (Sistema Único de Saúde), com metodologias que podem ser menos agressivas e até mais eficientes. Muitas delas ajudam de forma eficiente no controle da dor. São as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) – que incluem acupuntura, meditação, aromaterapia, entre outras.
Com o objetivo de capacitar profissionais para trabalhar com técnicas medicinais alternativas, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Juiz de Fora, em parceria com o Ministério da Saúde e a Universidade Federal de Santa Catarina, organizou curso de uma dessas práticas, a auriculoterapia.
Nos dias 9 e 10/10 o auditório da SRS recebeu profissionais de nível superior que atuam na Atenção Básica do SUS para se qualificarem nesta técnica. Quase 200 profissionais participaram, entre enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, por exemplo, de um curso com duração de 80 horas, somando educação à distância e presencial.
Prática e eficácia da auriculoterapia
A auriculoterapia foi incluída em 2006 como Prática Integrativa Complementar do SUS, juntamente com a acupuntura, na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Ela é um recurso terapêutico originado da medicina tradicional chinesa. A técnica preconiza que as orelhas são um microssistema – representam o corpo como um todo – e, ao serem estimulados em pontos específicos, refletem nos órgãos, estrutura ou função corporal.
Na prática, a correta utilização de sementes de mostarda afixadas nas orelhas pode refletir positivamente nos nervos, na regulação das emoções e nos processos inflamatórios. Além disso, é eficiente na redução das dores sentidas pelos pacientes com dor crônica, melhora na qualidade do sono, promove redução de sintomas relacionados à ansiedade ou estresse, ajuda no controle de dependência química e até na perda de peso. Não há contraindicações; mas deve ser feita por profissional qualificado.
O que são as PICS e como ter acesso?
Práticas Integrativas Complementares em Saúde (PICS) são tratamentos baseados no modelo de atenção humanizada e centrada na integralidade do indivíduo, que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos, promoção e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Utiliza técnicas milenares baseadas em conhecimentos tradicionais e saberes populares, e atuam na prevenção de doenças e complicações, redução de sintomas físicos e mentais, e na recuperação e promoção da saúde, proporcionando sensação de bem-estar, relaxamento e alívio de estresse.
Recentemente, as PICS foram incorporadas em um indicador específico da Política Estadual de Promoção da Saúde, a fim de fomentar sua implementação nos municípios mineiros. Para Ana Cláudia Figueiredo de Souza, referência técnica de promoção da saúde da SRS Juiz de Fora, as PICS possibilitam ampliar o olhar sobre o processo saúde-doença. “Ajudam a promover uma abordagem mais integral, humanizada e centrada na pessoa”, comenta.
Cursos como este, oferecido na SRS contribuem para a resolutividade da Atenção Primária à Saúde, uma vez que a auriculoterapia – assim como as demais práticas integrativas – podem proporcionar inúmeros benefícios para a saúde do corpo e da mente.
Para ter acesso a essas práticas, os interessados devem seguir o fluxo do próprio município que em que residem a partir das informações da Secretaria Municipal de Saúde.
Para mais informações sobre as PICS, acesse:
Por: Benjamim Júnior
Foto: Benjamim Júnior