Pesquisa da Funed pode gerar novo medicamento para disfunção erétil

A Fundação Ezequiel Dias (Funed) formalizou o Contrato de Licenciamento com a empresa BIOZEUS Biopharmaceutical S.A. para o desenvolvimento, industrialização e comercialização da patente “Peptídeo Sintético PnTx19, composições farmacêuticas e uso”. É a primeira patente da Funed a ser licenciada e que poderá gerar novo medicamento para disfunção erétil.

“Essa é uma atividade farmacológica importante. Estamos transferindo a tecnologia para a empresa privada para que ela possa transformá-la em medicamento”, explica a pesquisadora Marta do Nascimento, responsável pelos estudos iniciados em 1987 sobre as propriedades do veneno desta aranha.

A pesquisa baseia-se em uma toxina (PnTx2-6) encontrada no veneno da aranha Phoneutria nigriventer, mais conhecida como aranha armadeira. De acordo com a pesquisadora, “naquela época foi observado que uma das toxinas encontradas no veneno da referida aranha induzia a ereção peniana em animais de experimentação”.

Entretanto, durante os testes com camundongos, os sintomas observados após a inoculação da toxina eram ereção peniana (priapismo) e, após algumas horas, a morte dos animais. Em estudos complementares, os pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sintetizaram várias partes da estrutura que compõem a pequena proteína – toxina, até um determinado número de resíduos de aminoácidos.  Cada segmento sintetizado foi analisado quanto à propriedade de induzir a ereção peniana em ratos.

“Dentre todos os peptídeos analisados encontraram aquele que conservava a atividade semelhante à observada com a toxina original. Esse peptídeo que não foi tóxico e que conservava a atividade originalmente observada na molécula nativa, foi denominado PnTx19”, explica Marta.

“Com esse contrato assinado, é a primeira vez que transferimos uma tecnologia produzida pela Funed e que pode chegar de fato ao mercado”, afirma Marina Rezende, do Núcleo de Inovação Tecnológica da Fundação.

A patente foi desenvolvida em parceria com o Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os pesquisadores da Funed que participaram da pesquisa foram Márcia Helena Borges, Marta do Nascimento Cordeiro e Michael Richardson, do Serviço de Bioquímica de Proteínas de Venenos Animais II; Alessandra Matavel, do Serviço de Biotecnologia e Saúde; Marcelo Ribeiro Vasconcelos Diniz, do Serviço de Biologia Molecular e demais membros da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação.

Com o licenciamento desta patente, os recursos financeiros obtidos com a possível comercialização do medicamento, será revertida em recurso para novas pesquisas e inovação.

Autor: Isabela Martins

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