Oficina da SES-MG em Montes Claros avalia o uso de drones no enfrentamento ao Aedes aegypti

A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros sediou na quarta-feira, 22/10, a segunda oficina estadual de avaliação do projeto de utilização de veículos aéreos não tripulados, mais conhecidos como drones, como suporte às ações de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre chikungunya, zika vírus e da febre amarela. A iniciativa da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) intitulada Vigidrones, objetiva envolver as Unidades Regionais de Saúde e os municípios na avaliação dos resultados já alcançados e a introdução de melhorias visando o aprimoramento do uso da tecnologia.

Por meio da Resolução 9.035, publicada no dia 26 de setembro de 2023, a SES-MG disponibilizou R$ 30,5 milhões a municípios e consórcios intermunicipais de saúde de todas as regiões, para a contratação de empresas especializadas na identificação de potenciais focos de proliferação do Aedes aegypti em locais de difícil acesso com o uso de drones. Para o Norte de Minas foi disponibilizado R$ 2,2 milhões, dos quais R$ 883,6 mil foram repassados ao Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Rio Pardo (Cisarp) para o mapeamento de áreas em 53 municípios. 

Montes Claros, por ter população superior a 100 mil habitantes foi contemplada com a disponibilização de R$ 479,3 mil. Já o município de Januária obteve R$ 115,2 mil, levando em conta critérios populacionais e de hectares urbanos. Outros R$ 477,9 mil foram destinados a consórcio intermunicipal para atendimento de 24 municípios da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Januária; e R$ 304,7 mil foram repassados a consórcio que atende sete municípios da GRS de Pirapora.

“Neste mês já realizamos a primeira oficina em Belo Horizonte e a segunda está acontecendo em Montes Claros. Até o final da primeira quinzena de dezembro vamos realizar outras três oficinas, nos municípios de Ponte Nova, Uberlândia e Varginha. Ao obter dos municípios a avaliação do uso de drones no enfrentamento ao Aedes aegypti vamos entender como foi implementado o primeiro ciclo e, se for o caso, viabilizar a introdução de melhorias na Resolução a ser publicada em abril, visando a continuidade das ações no biênio 2026/2027”, explicou Karina Lage, coordenadora do Núcleo de Cooperação da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES-MG. 

Em Montes Claros, além de Karina Lage, a oficina foi conduzida com a participação das referências técnicas Vanessa Castro e Renata Machado. Participaram referências técnicas de municípios e das Unidades Regionais de Saúde de Montes Claros, Januária, Pirapora, Diamantina e Pedra Azul.

Resultados

Até agosto deste ano, dados da empresa Aero Engenharia, contratada pelo Cisarp, dão conta de que o mapeamento de 3,3 mil hectares em 53 municípios identificou 10.638 possíveis criadouros do Aedes aegypti. Já em Montes Claros, no primeiro semestre deste ano, o mapeamento de 800 hectares detectou a existência de 1.874 potenciais focos de proliferação do mosquito.

Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora de vigilância em saúde na SRS de Montes Claros avalia que a introdução de novas tecnologias na identificação de focos de proliferação do Aedes aegypti torna mais eficiente o trabalho dos agentes de controle de endemias e, consequentemente, viabiliza a redução das doenças transmitidas pelo mosquito. 

“Enquanto em 2024 o Norte de Minas contabilizou 61.376 casos confirmados de dengue e 37 óbitos, neste ano tivemos 3.382 casos confirmados e um óbito está em investigação. Os casos notificados de febre chikungunya também caíram significativamente, visto que no ano passado tivemos 1.818 casos confirmados e, neste ano, 94 casos registrados. Por outro lado, em 2024 tivemos quatro casos confirmados de zika e nenhum neste ano”, revela a coordenadora.  

Por: Pedro Ricardo

Foto: Pedro Ricardo

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