Com 738 serviços disponíveis para atender pacientes e com profissionais disponíveis para notificar à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e ao Ministério da Saúde (MS) os casos de Doenças Diarreicas Agudas, é importante a integração de ações dos serviços de vigilância epidemiológica, ambiental, laboratorial e de saúde do trabalhador com a atenção primária à saúde e a assistência hospitalar para a detecção oportuna de surtos e tratamento adequado das doenças.
Estas foram algumas das principais conclusões do primeiro dia de Capacitação Integrada de Surtos de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar que foi iniciada nesta terça-feira (20/5) e que prossegue até o dia 22/5, em Montes Claros. A iniciativa reúne profissionais de saúde atuantes em 86 municípios que integram as áreas de jurisdição da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros e das Gerências Regionais de Saúde (GRS) de Januária e Pirapora.
Na abertura da capacitação, o coordenador do Núcleo de Vigilância Sanitária da SRS Montes Claros, Walcir Mendes Silva Filho lembrou que “a atualização dos profissionais de saúde quanto ao trabalho a ser desempenhado pelos serviços de epidemiologia na definição do que é ou não surto de doença de transmissão hídrica e alimentar é de fundamental importância para a notificação rápida dos casos e tomada de decisões para conter a transmissão”.
Por esse motivo, Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora de Vigilância em Saúde e do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) Regional de Montes Claros, observou que “o trabalho integrado dos serviços de vigilância em saúde com as equipes de atenção primária e de assistência hospitalar é importante para que, nos momentos oportunos, sejam detectados e controlados os casos de doenças de transmissão hídrica e alimentar evitando, com isso, o adoecimento de um grande número de pessoas”.
Na mesma linha de raciocínio, Gilmar José Coelho Rodrigues, coordenador estadual das doenças e agravos transmissíveis, frisou que “a capacitação de profissionais de saúde constitui medida importante, pois viabiliza um melhor entendimento da situação regional e a definição de ações voltadas para mitigar os problemas decorrentes de surtos de doenças de transmissão hídrica ou alimentar”.
O presidente regional do Conselho de Secretarias de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG), Guilherme Leal Andrade, observou que “a iniciativa da capacitação reforça a necessidade de preparação dos profissionais de saúde no atendimento de demandas da população que, pelo fato de morar numa região de grande extensão territorial, compreendendo inclusive comunidades rurais, dificulta o acesso a água e aos alimentos de qualidade. Isso acaba favorecendo a ocorrência de surtos de doenças diarreicas, o que exige o alinhamento de ações entre os diversos serviços de saúde visando a formulação de ações práticas voltadas para a redução dos impactos à saúde da população”, ponderou Guilherme Leal.
Por sua vez a superintendente Regional de sSaúde de Montes Claros, Dhyeime Thauanne Pereira Marques, também reforçou que “o envolvimento e a mobilização dos profissionais de saúde na notificação de casos de doenças de transmissão hídrica e alimentar constitui medida necessária e a mais eficaz para viabilizar as investigações e o controle dos riscos à saúde da população”.
Cenário
Na primeira parte da capacitação, as referências técnicas Lícia Mazzarello, Tatiane Batista e Rubens Araújo da Silva apresentaram o perfil epidemiológico das doenças de transmissão hídrica e alimentar notificadas entre 2015 e maio deste ano em municípios da SRS Montes Claros e das GRS Januária e Pirapora. Ao todo foram registrados 305.757 casos de doenças diarreicas agudas; ocorrência de 133 surtos e 289 óbitos.
Entre os temas abordados na capacitação estão: a participação da vigilância sanitária na investigação de surtos de doenças de transmissão hídrica e alimentar; a vigilância da qualidade da água para o consumo humano; surtos; a saúde do trabalhador e a atenção primária à saúde no acompanhamento de surtos; os principais fatores que geram a ocorrência de surtos; a vigilância e o fluxo laboratorial para análises de amostras bromatológicas.
Pedro Ricardo / Foto: Pedro Ricardo