Ações de orientação e assistência no combate às hepatites virais se multiplicam
No calendário do Ministério da Saúde, o mês de julho destaca a luta contra as hepatites virais. O “Julho Amarelo” faz referência a um dos sintomas da doença que é a cor amarelada da pele e dos olhos. O dia 28/07 marca a luta mundial contra a doença. Neste mês, em todo o estado de Minas Gerais, estão sendo feitas ações de conscientização, prevenção, diagnóstico e tratamento. Um dos maiores desafios da campanha é que, muitas vezes, a doença não apresenta sintomas, e quando começam a aparecer, já se encontra em estágio avançado, podendo levar à óbito por comorbidades relacionadas a ela, como cirrose e câncer no fígado.
As hepatites virais são infecções que afetam o fígado e podem ser causadas por diferentes tipos de vírus. Os principais são os vírus da hepatite A, B e C, cada um com suas próprias características e formas de transmissão. A hepatite A tem grande relação com alimentos ou água inseguros, sexo sem proteção, baixos níveis de saneamento básico e de higiene pessoal. A hepatite B é transmitida pelo contato com sangue contaminado, relações sexuais sem proteção e pode se tornar crônica (de longa duração). A hepatite C também é transmitida pelo contato com sangue contaminado e pode se tornar crônica. O tipo D é pouco frequente, sua forma de transmissão é igual ao tipo B.
Ações de mobilização social
Nos municípios de abrangência da Superintendência Regional (SRS) de Juiz de Fora, as vigilâncias em saúde continuam engajadas em orientar e assistir a população sobre as formas de prevenção e tratamento das hepatites virais.
No município de Rio Preto, a ação do Programa Saúde da Família (PSF) levou à Unidade Básica de Saúde (UBS) uma roda de conversa sobre hepatites virais, realizando testes rápidos de hepatites B e C, além de passar orientações individualizadas. O público-alvo foi de homens e mulheres com foco especial em adultos entre 20 e 59 anos – grupo de maior vulnerabilidade para a doença.
A iniciativa contou com exposição educativa no saguão da unidade, com cartazes ilustrativos sobre os tipos de hepatite, formas de transmissão, prevenção e tratamento. Para a coordenadora de Vigilância em Saúde de Rio Preto, Michelle Couto Machado, “a conscientização é fundamental para quebrar o ciclo do silêncio em torno das hepatites virais, isso possibilita o diagnóstico precoce, que é essencial para o sucesso do tratamento e prevenção de complicações”.
Em Bicas, foi feita uma sala de espera com um painel enfatizando os principais sintomas que podem ser confundidos com outras patologias. Ana Lucia Gomes, enfermeira que participou da ação, enfatizou a importância da testagem. “Ainda não faz parte da rotina da saúde testar para hepatite pacientes que chegam com sintomas de outras doenças, por isso é importante essa conscientização.” Todos os que estavam na sala da unidade fizeram o teste rápido – que é uma espetadinha no dedo com resultado em 15 minutos. O tema também foi abordado na rua em frente a unidade de saúde.
Outro município que também realizou ação foi Chácara. O Programa Saúde da Família (PSF) organizou uma roda de conversa com os cidadãos que fazem fisioterapia na unidade. Foi feito um painel dos tipos de hepatites, assim como feitas caixinhas com informações sobre cada tipo delas. Laura Bassoli, enfermeira do PSF, abordou o quanto as pessoas ainda têm informações insuficientes sobre as hepatites virais. “Quando colocamos as caixas em ordem alfabética sobre os tipos de hepatites e as pessoas perceberam a do tipo B e do tipo D juntas houve um entranhamento; poucos sabem, por exemplo, que os dois tipos se manifestam juntas quando a pessoa está contaminada”.
Prevenção e tratamento
O recomendado para combater as hepatites virais é a prevenção, feita de várias formas, como lavar as mãos com água e sabão, consumir água tratada e alimentos higienizados, não compartilhar objetos pessoais (como escova, lâminas de barbear etc) e praticar sexo com preservativo. Alguns sintomas relacionados às hepatites virais são fadiga, mal-estar, dores musculares, febre, vômitos, dor abdominal, urina escura e fezes claras. Portanto, caso apresente um destes sintomas de forma incomum é recomendado procurar um posto de saúde.
Para as hepatites B e C há testes rápidos disponíveis no SUS; o tipo C pode ser tratado com antivirais modernos. Já para os tipos A, B e D, há vacina que funciona de forma preventiva. Cada um dos tipos, a depender da gravidade, exige desde repouso, hidratação e alimentação equilibrada até o uso de medicamentos com a devida prescrição médica. É importante multiplicar o cuidado pessoal para que a sua saúde e da sua comunidade sejam preservadas.
Por Benjamim Júnior
Fotos: SRS Juiz de Fora