Durante os dias 18 e 19 de abril, profissionais de saúde dos municípios pertencentes à Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Barbacena participam de uma Capacitação em Ações de Eliminação da Hanseníase em Minas Gerais. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a Superintendência Regional de Saúde de Barbacena, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e a Secretaria Municipal de Saúde de Barbacena.
O objetivo é capacitar profissionais de saúde da Atenção Primária para o fortalecimento das ações de vigilância em saúde para atenção em Hanseníase, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O conteúdo está estruturado em dois módulos, que consistem em partes teórica e prática, e é ministrado em módulo presencial (16 horas) e módulo à distância (30 horas). Ao todo, as quatro unidades de estudo abrangem: diagnóstico e tratamento; prevenção de incapacidades; vigilância epidemiológica e planejamento estratégico local para eliminação da Hanseníase.
Para a tutora do curso, Angélica Fabri, a proposta foi elaborada pela UFMG, abarcada pelo estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, e também financiada pelo Ministério da Saúde. “Nós estamos trabalhando com 30 turmas dentro do estado e essa é a 16ª turma, que estamos iniciando hoje. Já a modalidade a distância terá início em 25 de abril e previsão de término em 25 de setembro de 2016”, contou.
Em sua fala na abertura do evento, o superintendente Regional de Saúde de Barbacena, Robson Vidigal, destacou o papel do estado e dos municípios e enfatizou a importância dessa capacitação para o enfrentamento da doença. “Gostaria de destacar que nós, enquanto Estado, atuamos como parceiros nessa luta contra a Hanseníase. A doença tem se mostrado um problema mundial e são vários os países que enfrentam esse problema. No Brasil não é diferente”, acrescentou.
Em relação à incidência da doença no estado e na região de Barbacena, o superintendente afirmou que há alta incidência e Minas Gerais e a região de Barbacena não fogem a essa realidade. “Em nossa região, tivemos 15 casos de 2014 a 2015. Hoje estamos com 9 casos ativos e, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, esse é um número elevado. Trata-se de um problema que tem cura e tratamento. Logo, devemos aproveitar essa oportunidade de, não só obter, mas também transmitir o conhecimento. Se nós conseguirmos diagnosticar em tempo e evitar a transmissão, conseguiremos baixar a nossa incidência de casos”, enfatizou Robson Vidigal.
A hanseníase é uma doença passível de tratamento e cura. Porém, sua evolução sem tratamento pode possibilitar a ocorrência de incapacidades físicas e deformidades, gerando prejuízos econômicos, sociais e psicológicos. De acordo com informações da UFMG, apesar dos avanços na redução das taxas de prevalência e detecção de casos novos, a Hanseníase ainda persiste como um relevante problema de saúde pública em diversos países, entre eles o Brasil. O diagnóstico tardio e a transmissão ativa da doença são as principais dificuldades enfrentadas para sua eliminação.
Com essa capacitação, espera-se melhorar a capacidade operacional dos serviços para melhoria do acesso e consequente redução das proporções de diagnóstico tardio, de modo a contribuir para o rompimento da cadeia de transmissão e com a meta de eliminação da Hanseníase.
Autor: Priscila Rezende