Minas Gerais tem se destacado como um dos estados mais equilibrados nas ações de controle à pandemia no Brasil. Como reflexo do planejamento para estruturação da rede hospitalar e antecipação sobre orientações de abertura gradual da economia, o Estado se tornou o terceiro com menor número de óbitos por milhão de habitantes no Brasil, além de ser a unidade federativa com mais municípios sem casos de coronavírus.
Atualmente, Minas Gerais tem taxa de 8 óbitos por cada milhão de habitantes. É a terceira melhor marca do país, atrás apenas de Mato Grosso do Sul (6,1 óbitos por milhão de habitantes) e Santa Catarina (7,5 óbitos por milhão de habitantes). Dentre os estados do Sudeste, Minas tem o menor número de óbitos, com resultados melhores até do que o Espírito Santo, um dos poucos estados que começam a apresentar redução no número de mortes, após quatro meses de pandemia no Brasil.
A curva de contaminação em Minas também é menos elevada e mais suave, em comparação aos demais estados brasileiros. Por esse motivo, mesmo sendo o segundo estado mais populoso do país, com 20,8 milhões de residentes em 853 municípios, uma em cada dez cidades minerais não registraram casos de covid-19, segundo o Ministério da Saúde. Isso compreende um universo de pelo menos 90 cidades de Minas Gerais sem casos de coronavírus — a melhor marca do Brasil.
O secretário adjunto de saúde, Marcelo Cabral, avalia que a política de enfrentamento à covid-19 da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), instituída ainda em janeiro, com a inauguração do Centro de Operações em Emergência de Saúde (Coes Minas) para criar protocolos e analisar o comportamento e a disseminação da covid-19 no Estado antes da chegada do vírus, foi fundamental para que Minas Gerais atingisse alguns dos melhores resultados do Brasil no enfrentamento à pandemia.
Além disso, ainda em março, o governo publicou a Deliberação Covid-19 nº 17, restringindo algumas atividades econômicas, ao determinar o revezamento para escalas de trabalho em indústrias e comércios, e limitar a circulação de pessoas, como forma de controlar aglomerações, antes da maioria dos outros estados da federação. Em 22 de março, primeiro mês de implementação de políticas de combate ao coronavírus no Estado, o isolamento social no Estado atingiu a expressiva marca de 62,1%.
“Essas medidas contribuíram para que Minas Gerais pudesse preparar a rede hospitalar para atendimento aos casos de covid-19, sem vivenciar uma explosão abrupta de contaminações precocemente. Em janeiro, o Coes estava pronto, em funcionamento, com equipe pronta, com um planejamento sobre a situação. Em março, quando começamos a ter notícias do aumento e chegada, de fato, do vírus, a gente de imediato tomou a decisão da recomendação do fechamento das estruturas das cidades, fazendo um isolamento, com restrições sanitárias importantes. Isso nos ajudou a ter tempo para preparar a rede de saúde e tomar as medidas necessárias”, destaca o secretário adjunto Marcelo Cabral.
A partir desse planejamento, o Estado ampliou em 67,6% o número de leitos de UTI em todas as regiões de Minas Gerais, passando de 2.072 leitos de UTI em fevereiro, ainda no início do cenário pandêmico, para 3.474 leitos de UTI atualmente.“O quanto antes a gente fizesse esse planejamento, como foi feito, teríamos melhores condições de preparar a nossa rede de saúde e, principalmente, a estrutura de leitos de UTI, que ficará como legado para a população mineira. Isso efetivamente se concretizou e foi fundamental para o cenário que temos hoje”, avalia o secretário adjunto.
Como forma de auxiliar a rede hospitalar do Estado, o governo inaugurou, na semana passada, o Hospital de Campanha do Expominas, o mais barato do país, ao custo de R$ 5,7 milhões, sendo R$ 4,3 milhões financiados pela iniciativa privada. A estrutura conta com 768 leitos — sendo 740 leitos de enfermaria e 28 de estabilização — e funcionará como uma reserva técnica para auxiliar o sistema de saúde, caso seja necessário.
Junto à ampliação de leitos, um dos principais pilares de orientação do Estado no combate à disseminação da covid-19 é o programa Minas Consciente, da Secretaria de Estado e Desenvolvimento Econômico (Sede), que semanalmente delibera às prefeituras orientações embasadas em estudos técnicos, econômicos e epidemiológicos, sobre as necessidades de retroceder ou avançar na abertura dos comércios.
“O Minas Consciente é uma importante orientação, é uma maneira de auxiliar os municípios a ter mais controle e diminuir a contaminação e propiciar aos moradores das cidades uma vida com segurança. Nossa recomendação permanece a mesma, que a população se mantenha vigilante, cautelosa, faça sua parte, respeite o distanciamento social, mantenha-se atenta às medidas de higiene, ao uso de máscara e álcool em gel. Isso permanece e é essencial neste momento”, completa o secretário adjunto de saúde, Marcelo Cabral.
Autor: Lucas Simões