MG Transplantes promove campanha em Valadares

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Sensibilizar e mobilizar a população sobre a importância da doação de órgãos e dos transplantes realizados pelo SUS. Com esse objetivo, o MG Transplantes, por meio do Centro de Notificação, Captação e Doação de Órgãos e Tecidos (CNCDO- Leste), promove durante toda essa semana (09 a 15-05), no GV Shopping de Governador Valadares, uma campanha educativa para estimular a doação de órgãos. Durante esse período, técnicos da instituição distribuem material impresso e tiram dúvidas da população sobre a doação de órgãos.

Segundo o psicólogo da equipe multidisciplinar do MG Transplantes, Gerzilei Bernardino Dias, essa ação pela vida é importante para a conscientização da população sobre a doação. “O diálogo acerca do tema é fundamental, uma vez que reforça como esse gesto de solidariedade é simples e fácil. Difundir informações também ajudam a acabar com alguns mitos que ainda existem, aumentando o número de doações e diminuindo a fila de espera por um órgão ou tecido”, enfatizou.

Ainda segundo Gerzilei Dias, de janeiro até maio deste ano, a CNCDO-LESTE regulou com sucesso, na região, cinco doações de múltiplos órgãos, sendo duas em Manhuaçu, duas em Ipatinga e uma em Governador Valadares, realizada no Hospital Bom Samaritano. Essa última doação de córnea e rins, realizada em fevereiro, teve destaque por ter sido a primeira de múltiplos órgãos ocorrida na instituição hospitalar.

A micro-empresária da área de alimentação de Valadares e transplantada, Ana Paula de Freitas Lage, de 34 anos, estava em passeio pelo shopping com sua avó e mãe, quando foi atraída pela mobilização do MG Transplantes. Ela relatou que não teve de esperar muito na fila para transplantes em BH. “Eu fiquei somente quatro meses na fila de transplantes quando, em 2012, recebi um rim e um pâncreas de um rapaz que veio a óbito por causa de um acidente de moto. Meu organismo acabou rejeitando o pâncreas, mas vivo hoje normalmente e me sinto muito bem. Trabalho regularmente, claro que com os devidos cuidados, já que mesmo depois do transplante, continuo em tratamento, que deve seguir pelo resto de minha vida”, afirmou. Ana Lage ressaltou ainda a importância da conscientização da população quanto às doações. “Só quem passa por isso sabe o que é a vida de quem espera por uma doação de órgãos e, por isso, é fundamental que as pessoas se sensibilizem e sejam doadores”, acrescentou.

A equipe de profissionais do MG Transplantes que participam da campanha no Shopping é composta por Ana Carolina Jorge Lopes, Assedina Pereira Esteves, Gerzilei Bernardino Dias, Lícia Mello de Menezes, Fabrício Portilho Silva Magalhães, Domício Antônio da Costa Júnior, Ozane do Carmo Santiago, Wilson Silva Lima Júnior, Jovelina Borges dos Santos e Fânya Christina Lima Braga. O evento conta com a colaboração da Superintendência Regional de Saúde em Governador Valadares (SRS-GV), por meio da assessoria de Comunicação Social.

Doação de Órgãos

A doação de órgãos e sua destinação para transplantes é coordenada em Minas Gerais pelo Complexo MG Transplantes, que é responsável pela captação e distribuição de órgãos em todo o Estado, por meio da Central Nacional de Captação de Doação de Órgãos (CNCDO).

Há dois tipos de doadores de órgãos, o doador cadáver e o doador vivo. É importante comunicar à família o desejo de ser doador e não é necessário deixar nada por escrito. Podem ser doados os seguintes órgãos: córneas, coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas e ossos (o MG Transplantes ainda não faz captação de ossos). O doador vivo é qualquer pessoa saudável que concorde com a doação, sem comprometimento de sua saúde e aptidões vitais. Por lei, podem ser cônjuges e parentes até o quarto grau. Não parentes do paciente, somente com autorização judicial.

Os doadores vivos podem doar um dos rins, a medula óssea, uma parte do fígado, uma parte do pulmão e uma parte do pâncreas. O potencial doador vivo também deve ser encaminhado a um Centro Transplantador, para que se verifique as possibilidades do transplante. Já a retirada de tecidos e órgãos de doador cadáver para transplantes depende da autorização do cônjuge ou parentes até o segundo grau, que são consultados após o diagnóstico de morte encefálica (parada total e irreversível do cérebro, atestado por diversos exames).

Quando o paciente está em quadro de morte encefálica, mas com o coração ainda batendo, podem ser retirados todos os órgãos passíveis de doação. Com o coração parado, é possível doar apenas as córneas, que podem ser retiradas num prazo de até seis horas. Para entrar na lista de receptores de órgãos e transplantes, é preciso ser encaminhado por um médico para um dos Centros Transplantadores. O paciente é submetido a vários exames, que variam conforme o caso clínico, para que seja comprovada a necessidade do transplante.

Para a realização do transplante, há uma lista única do Estado de Minas Gerais, sob a responsabilidade do Complexo MG Transplantes, em que são observados vários critérios: urgência, compatibilidade de grupo sanguíneo, compatibilidade anatômica (tamanho do órgão e do paciente), compatibilidade genética, idade do paciente, tempo de espera, dentre outros critérios.

Autor: Frederico Bussinger

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