O chefe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Paris, professor Pierre Carli, ministrou a palestra ‘Medicina de Catástrofe’, na última quinta-feira, nove de maio, na Associação Médica de Minas Gerais (AMMG).
A apresentação integra os treinamentos iniciados em 2012, uma iniciativa da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES MG), em parceria com a AMMG e a Sociedade Mineira de Terapia Intensiva (Somit). As ações compreendem o acordo de Cooperação Técnica entre Brasil, Portugal e França para capacitação de médicos e enfermeiros em situações de catástrofes, visando também os eventos esportivos internacionais que têm início no próximo mês com a Copa das Confederações.
O presidente da AMMG, Lincoln Lopes Ferreira, afirmou que os treinamentos são fundamentais para uma assistência médica ágil e organizada. “Esta ação é pioneira, antecipada, e permitirá um melhor desempenho, se necessário, atenuando os efeitos das calamidades.”

Pierre Carli estabeleceu como os ‘Quatro Ases’ da ‘Medicina de Catástrofe’: um objetivo, um plano, um líder e uma mensagem. Segundo o chefe do Samu de Paris, a intervenção deve ser rápida, com atendimento ainda no local e classificação das vítimas para transferência à rede hospitalar. “Os hospitais são avisados pelas equipes externas para que possam se preparar para a assistência e o atendimento não é concentrado em uma única unidade para que ela não seja sobrecarregada e o paciente não precise ser deslocado novamente”, explicou. Carli falou da escolha de um líder, geralmente um profissional do Governo, para coordenação da Polícia, Bombeiros e Samu, garantindo que as instituições trabalhem em sincronia. A comunicação também foi destacada como ponto importante da palestra: “uma única mensagem e um único mensageiro, evitando ruídos e uma catástrofe midiática, que pode ser pior do que o acontecimento real”, ponderou.
Ao final, Carli citou exemplos de catástrofes no Japão (terremotos, tsunamis e contaminação nuclear), e atentados como o de 11 de setembro (EUA) e Boston (EUA). “Amanhã com as Copas de futebol, o Brasil será alvo de pessoas que querem falar de suas causas terroristas para todo o mundo”, alertou. O especialista orientou que o sucesso na medicina de catástrofe requer coordenação dos recursos especializados, atuação em conjunto das equipes de polícia, bombeiros e Samu e cultura da antecipação.
Autor: Assessoria de Imprensa da AMMG