Juiz de Fora registra primeiro caso de monkeypox em animal doméstico no Brasil

Tutores devem ficar atentos a sintomas de animais domésticos, principalmente os que tiveram contato com pessoas confirmadas para monkeypox - Foto: FreePik.com

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou no dia 23 de agosto  o primeiro caso de monkeypox em cachorros em Juiz de Fora. Este é o primeiro registro da manifestação da doença nestes animais domésticos no Brasil. Em nota, a SES-MG esclareceu que o dono do animal começou a apresentar os primeiros sintomas no dia 3 de agosto. Cinco dias depois, procurou atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no município. 

Atuação da Superintendência Regional de Saúde de Juiz de Fora

Conforme esclarece Glênia Maria de Magalhães Campos, referência técnica de zoonoses do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Juiz de Fora, com a notificação do caso canino suspeito, o Núcleo verificou junto ao laboratório a possibilidade do diagnóstico e então entrou em contato com o município de Juiz de Fora para informar do caso e solicitar a investigação junto ao tutor do animal” disse. “Fornecemos o kit diagnóstico e orientamos o isolamento do animal e a coleta da amostra para a médica veterinária que atendeu o caso clínico”, acrescentou a referência.

Após análise de amostra de lesão do animal, foi constatado resultado positivo para monkeypox. Já no dia 13, sintomas como prurido – coceira -, lesões e crostas localizadas no dorso e no pescoço já se manifestavam no animal – um filhote de 5 meses que convive no mesmo ambiente que o paciente. O tutor do animal foi orientado pelo município de Juiz de Fora a manter o animal em isolamento e a adotar medidas sanitárias para a rotina de alimentação do cão e de higienização do local.

 

Atenção aos sintomas 

Glênia explica que considera-se suspeito para monkeypox todo animal que teve contato direto com uma pessoa confirmada para a doença e que, em até 21 dias após o último contato, manifeste lesões, podendo estar acompanhado de prurido, irritabilidade, lambedura em regiões genitais, letargia, falta de apetite, tosse, secreções ou crostas nasais e/ou oculares. “É importante destacar que a presença de lesões de pele inespecíficas ou causadas por outras etiologias, como alergias, podem ser confundidas com monkeypox. Portanto, é essencial a identificação do vínculo de contato próximo com o caso confirmado”, lembra. 

 

Prevenção e cuidados

Em caso de exposição ao vírus, o Ministério da Saúde reforça que o tutor não deve abandonar o animal. A eutanásia também não é procedimento recomendado. A recomendação inicial é isolar o animal doente por pelo menos 21 dias após o início dos sintomas ou até se recuperar totalmente. 

Os tutores também não devem limpar os animais com desinfetantes químicos, como álcool 70%, lenços de limpeza, produtos industriais ou de superfícies, nem colocar máscaras nos pets. O ideal é utilizar o colar pós-operatório para evitar que animal lamba as feridas, utilizar apenas água corrente ou soro fisiológico para a limpeza das lesões e secar para evitar infecções.

O uso de medicamentos só deve ser feito com indicação de médico veterinário. Em nota, o Ministério da Saúde também destaca que no período de isolamento, deve-se evitar o contato com pessoas que possuem risco aumentado de apresentar desfechos graves da doença como imunossuprimidos, grávidas, pessoas que tenham filhos pequenos presentes (menores de 8 anos de idade), ou com histórico de dermatite atópica ou eczema.

Os tutores também devem se atentar para a higienização e descarte de itens de contato direto com o animal infectado. Os objetos devem ser desinfetados com água sanitária por 30 minutos e lavados com água corrente e sabão. Já os resíduos devem ser descartados no vaso sanitário ou em uma lata de lixo forrada e dedicada especificamente para os resíduos contaminados. É importante nunca deixar resíduos ao ar livre.

 

Conteúdo produzido durante a campanha eleitoral e publicado após o período de vedação legal de divulgação.

Autor: Marcella Victer

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