A Regional de Saúde de Ponte Nova, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador (Nuveast), realizou, nessa segunda-feira (3/2), reunião com gestores municipais de Saúde sobre Segurança e Qualidade de Imunobiológicos. O objetivo foi conscientizá-los sobre a importância dos processos de trabalho na cadeia de frio, visando à manutenção da eficácia de vacinas e soros, o que envolve as etapas de armazenamento, transporte e administração. “São necessárias condições mínimas para o funcionamento das salas de vacinas, além de equipamentos para o transporte adequado e a formação permanente de profissionais”, alertou a referência técnica em Imunização da Regional, Thiany Silva Oliveira.
A reunião foi motivada pelo diagnóstico realizado no ano de 2019 pela equipe do Nuveast, que identificou perdas decorrentes de falhas, como imunobiológicos submetidos a temperaturas inadequadas, equipamentos de armazenamento fora do preconizado pela legislação vigente, desconhecimento de procedimentos de segurança por parte de profissionais, entre outras. Soma-se a isso a realização de estudos sobre erros de imunização, cuja notificação deve ser incentivada.
“Não temos que nos concentrar apenas na conduta individual e no julgamento do profissional, mas em toda a cadeia envolvida na execução do procedimento. Portanto, é imprescindível a atualização constante e o envolvimento de toda a equipe, incluindo gestores, enfermeiro responsável técnico, coordenador de Imunização e Vigilância Epidemiológica, e não apenas o profissional que está na sala realizando a vacinação”, salientou Thiany.
A referência técnica apresentou o fluxo que já está sendo adotado pela Regional de Saúde para a retirada de imunobiológicos, que deverá contemplar um veículo com ar condicionado e exclusivo para a finalidade e a conferência do material por profissional de saúde atuante na área. Quanto às salas de vacina, é necessário que tenham câmara refrigerada, ar condicionado, gerador, processos de trabalho definidos pelo enfermeiro responsável técnico, além de plano de contingência para os casos de falhas e eventos adversos.
Para a coordenadora do Nuveast, Mônica Maria de Sena Fernandes Cunha, é preciso tornar realidade o cumprimento do fluxo proposto pela Regional para um melhor gerenciamento da rede de frios, bem como garantir a segurança dos insumos para que os mesmos cheguem em condições ideais até a população. “Portanto, é necessário que haja a integração da gestão junto aos técnicos das salas de vacina, de forma a aproximar todos os envolvidos e compartilhar o conhecimento de todo o processo de imunização”, pontuou.
Durante o encontro, também foram apresentados os pontos de soroterapia na região, assim como as ações que devem ser realizadas em caso de falta de soros. Thiany Silva salientou que existe, atualmente, uma escassez de soros botrópico (soro para acidente com jararaca) e antirrábico. “Portanto, é importantíssimo o uso racional e de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde, evitando desperdício e minimizando a ocorrência de eventos adversos”, alertou.
Autor: Tarsis Murad