Localizada no planalto do Alto Paranaíba, Araxá, a cidade de Dona Beja, recebeu entre os dias 7 e 19 de outubro a Força-Tarefa de combate à dengue. Várias ações foram desenvolvidas pela equipe de mobilização da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) para chamar a atenção do setor público, iniciativa privada e terceiro setor de Araxá sobre os riscos da doença. Segundo a Referência Técnica de Zoonoses de Araxá, Lorem dos Reis Rocha, foram confirmados 368 casos de dengue no município, de janeiro até a primeira quinzena de outubro deste ano. “Para reduzir esses índices são feitas visitas domiciliares rotineiras e mutirões de limpeza pontuais em bairros com maior risco de proliferação do mosquito. Os agentes de endemias fazem um mapeamento dos locais para sabermos quais os bairros mais vulneráveis”, informou.
A Secretária Municipal de Saúde e vice-Prefeita de Araxá, Edna de Castro, ressaltou que o apoio da população é fundamental para combater a dengue. “Fazemos a nossa parte e contamos com a colaboração dos moradores para conseguirmos alcançar nossa meta que é erradicar a doença. Existem pessoas que não deixam os agentes entrarem na residência e isso prejudica a vistoria e a fiscalização”, apontou. Edna ainda completou que o município irá ampliar a difusão de informações preventivas sobre a doença para a população: “Usaremos feiras-livres, eventos e encontros para alertar os moradores e mantê-los conscientizados”.
Minha cidade sem Dengue
A população de Araxá participou do evento “Minha Cidade Sem Dengue”, realizado no dia 19, na Praça do Cruzeiro Urciano Lemos, Região Norte da cidade. O Dengômetro – estande da SES/MG – promoveu a troca de materiais que oferecem risco de proliferação do mosquito vetor da dengue, como pneus, garrafas pets e latas, por material escolar. Além disso, o público presente recebeu materiais informativos e cartilhas para sanar todas as dúvidas sobre a doença, ressaltando as medidas preventivas que todos devem ter para combater a dengue.
Durante dois dias, (18 e 19/10), mais de 12 mil itens que seriam focos de reprodução do Aedes aegypti foram trocados por material escolar. Ao todo 7.032 latas, 4.761 pets e 231 pneus foram encaminhados para o Ecoponto Baltazar dos Reis Borges e para a Associação Recicladora Reilda Maria Georgina Juliana Pato.
A população também teve a oportunidade de conhecer o DengueMob – projeto através do qual a população pode cadastrar ações de mobilização social contra a doença e concorrer a prêmios no final de cada mês. Para entreter e chamar a atenção do público, o evento contou com a presença do mosquitão da dengue. O personagem foi representado pelo Educador em Saúde da Zoonose de Araxá, Leaodinôr Cândido Borges, que há 14 anos realiza um trabalho educativo nas escolas públicas.
“Tenho outro personagem chamado Palhaço Figurinha que percorre as escolas públicas de Araxá para ensinar as crianças a transformarem lixo em arte. Faço oficinas de reciclagem e ensino a fazer brinquedos, utensílios domésticos e decorativos com materiais que virariam lixo”, explicou. Ele ainda ressaltou que o cuidado com o município deve ser uma preocupação constante: “Araxá é uma cidade linda e as pessoas têm que aprender a cuidar dela desde pequeno”.
Moradora do bairro Novo Orozino, a babá Letícia Mara, de 39 anos, levou os dois filhos para o evento. Segundo ela, a educação ambiental e os cuidados com a saúde devem começar desde cedo. “Meus filhos recolheram pneus e latinhas no lote vago que tem perto da nossa casa. Já as garrafas pets que trouxemos foram de consumo próprio”, contou ao trocar todos os itens por material escolar. Quem também não mediu esforços e contribuiu com a Força-Tarefa promovida pela SES/MG foi o presidente da Associação dos Moradores do Bairro Urciano Lemos, João Veras. “Divulgamos para nossos associados a importância de combater a doença. Temos cartazes e material informativo que distribuímos para todo o bairro. Somos muito envolvidos e estamos juntos nesse trabalho educativo.
A SES-MG está de parabéns e o evento foi muito organizado”, elogiou. Além da troca, o “Minha Cidade Sem Dengue” também contou com a apresentação do Grupo Sinais de Oração, da Igreja Metodista Wesleyana, e dos músicos Felipe Rocha, Germano Rodrigues, João Paulo e Vitor Hugo.
Autor: Alexandre Dutra