O município de Abaeté foi cenário de mais uma ação do movimento “Carnaval das cidades históricas”, promovido pelo Governo de Minas. Em 2012, além de promover ações voltadas para a segurança do folião e para a preservação do patrimônio histórico, o movimento também promove ações voltadas para a saúde, em especial a dengue.Dentro desse contexto, nos dias 9 e 10 de fevereiro, quinta e sexta-feira, os moradores de Abaeté tiveram a oportunidade de limpar suas casas dos focos da dengue e ainda ganharam materiais escolares em troca dos utensílios que poderiam contribuir para a proliferação do mosquito Aedes aegypti. O Dengômetro e o Dengue Móvel foram instalados na praça principal da cidade, onde a população pôde tirar dúvidas sobre a doença e trocar pneus, latas e garrafas pet por cadernos, borrachas e lápis, respectivamente. De acordo a Coordenação de Epidemiologia do município, nos dois dias, foram recolhidos 230 pneus, 2 mil latas de alumínio e 2.736 garrafas pet. Jonathan Batista Silva, de 11 anos e aluno da 5ª série, conseguiu juntar, sozinho, 24 pneus. Para conseguir essa façanha, ele percorreu as borracharias da cidade pedindo os pneus que estavam amontoados, sem condições de serem reutilizados. “Eu quis mesmo ajudar para acabar com a dengue aqui”, comenta. Trabalhando como Agente Comunitária de Saúde (ACS) há três anos, Maria de Fátima da Silva percorre as casas do município fazendo a prevenção de doenças endêmicas, como a dengue. Num dos bairros sob sua responsabilidade, o Bernardo Soares, localizado na saída do município, ela encontrou situações complicadas, que favoreceriam o aparecimento de casos nesse verão. “Na última pesquisa que fizemos em 15 das amostras recolhidas foram encontradas larvas do Aedes aegypti. Isso porque fazemos uma pesquisa por amostragem, em apenas 10% dos domicílios. Se fosse em todas as casas, acredito que esse número seria ainda maior”, garante.Essa situação deixa ainda mais evidente a importância de ações como a do Jonathan, que já teve dengue e não quer passar por isso de novo. “A dengue é muito ruim. Eu tive mancha na pele, dor de cabeça e febre. Dói muito e a gente tem que ficar de cama tomando remédio, sem poder jogar bola”, conta. Além de recolher os pneus, Jonathan também ajuda a manter a casa longe do mosquito. “Minha mãe também ficou doente e agora a gente faz tudo direitinho. Deixamos a caixa d’água tampada, tiramos a água dos ralos e das plantas pra que mais ninguém adoeça”, afirma.Notificações Dados registrados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) mostram uma redução significativa no número de notificações dos casos de dengue no município de Abaeté. Em 2010, foram notificados 277 casos, sendo que em 2011 esse número baixou para 10 notificações. Para a coordenadora de Epidemiologia do município, Marina Campos de Oliveira, ações como essa promovida pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) tem sido o diferencial no combate à dengue. “É muito bom porque ajuda a população a se interessar pelo tema, principalmente as crianças. Elas ficam incentivadas e se empenham, o que é muito valioso já que nosso futuro está nas mãos delas”, afirma. O desafio, agora, é que a população continue contribuindo para que a dengue deixe de fazer vítimas. Até a primeira semana de fevereiro, já foram feitas oito notificações de casos da doença, o que equivale a 80% dos casos registrados no ano passado. “As pessoas estão mais conscientizadas, mas o perigo ronda”, alerta a Agente de Saúde, Maria de Fátima da Silva.
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Autor: Silvane Vieira