Região receberá 40 mil doses extras
Por meio da análise laboratorial da Fundação Ezequiel Dias (Funed), a amostra de uma moradora idosa de Patos de Minas, para investigar suspeita por arboviroses (dengue, zika, chikungunya e febre amarela) apresentou em 23/9, resultado detectável para febre amarela. Ela possui comprovação vacinal, o quadro clínico foi considerado leve e ela se recupera em casa. Vale ressaltar que esse caso segue em investigação e ainda não é considerado um caso confirmado – por isso não entra na estatística de casos confirmados do Estado.
A superintendente regional de saúde de Patos de Minas, Maíra Lemos de Castro, destaca as ações que serão desencadeadas a partir desta quinta-feira, 25/9, e que a vacinação é a estratégia mais importante. “Patos de Minas desenvolverá ações específicas de bloqueio de áreas – para borrifação de inseticida – com visita casa a casa nas proximidades, tanto na zona urbana quanto rural, onde a moradora reside”, disse Maíra.
A equipe regional da Vigilância Epidemiológica reuniu-se também com as referências municipais da área da saúde, e enfatizou, principalmente para as onze cidades que fazem divisão territorial com Patos de Minas, orientações sobre os protocolos quanto ao envio de primatas doentes ou mortos para análise laboratorial e intensificação da vacinação.
“Nossa cobertura vacinal da febre amarela está em 70%, estamos recebendo mais 40 mil doses da vacina, e vamos vacinar o máximo de pessoas possível, com o apoio das equipes e população, para aumentar esta proteção”, disse a superintendente.

Esquema de vacinação
A vacinação é a principal medida de prevenção. A vacina contra a febre amarela está disponível em todas as unidades de saúde do estado. É segura, eficaz e indicada para pessoas entre 9 meses e 59 anos. O esquema vacinal é o seguinte:
- Primeira dose aos 9 meses de idade;
- Reforço aos 4 anos;
- Uma dose única para adultos até 59 anos sem histórico vacinal;
- Reforço para quem recebeu dose fracionada em 2018;
- Pessoas com 60 anos ou mais devem passar por avaliação médica.
A superintendente ressalta que a cidade passou a ser considerada área de risco devido a preocupação das autoridades em relação à vigilância e saúde do viajante. “Os visitantes que vierem a Patos de Minas devem estar com o esquema vacinal da febre amarela em dia, sendo que os idosos viajantes para área de risco devem ser avaliados individualmente”.
Castro aproveita e lembra “que na região há seis vacimóveis e que algumas Unidades de Saúde estão abertas para atender no horário do trabalhador”.
Cenário e capacitação assistencial
Em 2025, Minas Gerais teve 14 casos confirmados, com cinco mortes. Os casos ocorreram nos municípios de Extrema, Cambuí, Pouso Alegre, Silvianópolis, Monte Sião, Soledade de Minas, Maria da Fé, Sapucaí-Mirim, Poços de Caldas, Gonçalves e Carmo de Minas.
Embora o número represente aumento em relação aos anos anteriores, quando a incidência era considerada residual, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) esclarece que o cenário está sob controle e que não há motivo para alarme. A prioridade é ampliar a cobertura vacinal e manter a vigilância ativa.
Em caso de quadro febril agudo (febre relatada ou aferida), acompanhada de dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas: cefaleia, mialgia, lombalgia, mal-estar, calafrios, náuseas, tonturas, dor abdominal, icterícia, manifestações hemorrágicas, elevação de transaminases, com exposição em áreas recentemente afetadas (em surto) ou em ambientes rurais destas, independentemente do estado vacinal; recomenda-se procurar a Unidade de Saúde.
Na quarta-feira (1/10), o Centro Estadual de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Estadual) fará um webinário para médicos e enfermeiros voltado para a assistência ao paciente com suspeita de febre amarela.
Por Lilian Cunha