Profissionais de todas as regiões do estado se reuniram em Belo Horizonte para alinhar estratégias e ampliar a prevenção de agravos relacionados ao trabalho
A saúde do trabalhador é um campo essencial da saúde pública, voltado à promoção, proteção e recuperação da saúde de quem exerce atividades laborais. A atuação nessa área envolve a vigilância de riscos no ambiente de trabalho, com foco na prevenção de doenças e acidentes. É dentro desse contexto que a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou, nos dias 13 e 14 de maio, a Reunião Técnica Anual da Vigilância em Saúde do Trabalhador, .
O evento, sediado no auditório da Fundação João Pinheiro, em Belo Horizonte, teve como objetivo discutir os principais desafios da área, promover a troca de experiências entre os territórios e atualizar as equipes sobre fluxos de notificação, diretrizes e ações estratégicas para o fortalecimento da vigilância em saúde do trabalhador.
Durante a abertura, o diretor de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-MG, Fellipe Antônio Andrade Chaves, destacou a relevância da temática para o SUS.
“Não há como falar em saúde sem falar em trabalho. Acreditamos que encontros como esse contribuem para avançarmos na proteção da saúde dos trabalhadores mineiros”, afirmou.
A programação incluiu debates sobre experiências locais, vigilância do óbito relacionado ao trabalho e perspectivas para 2025. Segundo Fellipe, as discussões buscaram alinhar propostas e fortalecer a atuação técnica nos territórios.
“Compartilhamos vivências regionais, discutimos fluxos e alinhamos ações para o próximo ano”, explicou.
Um dos temas centrais foi a vigilância de óbitos relacionados ao trabalho, apresentada por Katia Dias, referência técnica da SES-MG. Ela destacou a importância da identificação correta desses casos para a definição de políticas públicas.
“O óbito é a ocorrência mais grave e nosso objetivo é reduzir a subnotificação e dar visibilidade a esses casos. Isso impacta diretamente na definição de políticas públicas e na destinação de recursos”, explicou a especialista.
Katia também reforçou a necessidade de articulação entre os sistemas de registro, como o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), para garantir a qualidade e compatibilidade das informações.
De acordo com o Sinan, Minas Gerais registrou 664 óbitos relacionados ao trabalho em 2023. Em 2024, foram 632 casos. Os dados reforçam a importância do trabalho articulado entre as unidades da Vigilância em Saúde e os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest).
Atualmente, a SES-MG apoia tecnicamente 18 Cerest regionais, além do centro municipal de Belo Horizonte. Essas unidades atendem trabalhadores urbanos e rurais, com ou sem vínculo formal, e são fundamentais na implementação de ações de prevenção e promoção da saúde no ambiente laboral.
Com 853 municípios e características socioeconômicas diversas, Minas Gerais exige uma atuação adaptada à realidade de cada território. Iniciativas como essa reunião técnica buscam justamente oferecer esse suporte, contribuindo para que o trabalho em todo o estado seja realizado de forma segura e com riscos monitorados.