Encontro Regional de Saúde Mental em Uberlândia

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Com o objetivo de discutir a implantação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) na região do Triângulo Norte, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), com o apoio do Ministério da Saúde promoveu nesta quinta-feira, 12/12, o encontro regional com gestores municipais de saúde, coordenadores e profissionais da Atenção Primária à Saúde, Saúde Mental e dos serviços de emergência dos municípios jurisdicionados à Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia e Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ituiutaba. Crédito: Lilian Cunha

Tânit Jorge Sarsur, Coordenadora Estadual de Saúde Mental, destacou os principais avanços na estruturação e financiamento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) mineira nos últimos anos. “No ano de 2012 conseguimos criar a quinta rede prioritária da SES/MG, que é a RAPS, com o objetivo de ampliar a integração dos níveis de atenção e formar uma rede ideal em todas as microrregiões, abrangendo os 853 municípios, sendo Minas Gerais o único estado brasileiro a implantar a RAPS em todo o seu território. Foram investidos este ano mais de R$ 30 milhões nesta rede, e até o final de 2014 serão R$ 400 milhões. Mais especificamente na região do Triângulo Norte, o desenho da RAPS foi formado e estará integrado até o fim do próximo ano, com os desafios da estratificação de risco das competências e a modelagem/governança da rede”. Tânit ressaltou, ainda, que está aberto o prazo para os municípios interessados em pleitear o recurso de R$ 750 mil para construção e compra de equipamento para o Centro de Apoio Psicossocial (CAPS), que é um dos pontos da RAPS.

A RAPS ainda é bastante fragmentada em todo o país, e para consolidar esta rede é preciso avançar muito por meio de políticas que desconstrua um padrão linear da doença mental e volte para uma lógica de cuidados. “Buscamos o fortalecimento da gestão, participação da comunidade e controle social, como também fóruns permanentes que congregue gestores e trabalhadores desta rede, de forma que haja a integração entre a Atenção Primária, Centros de Convivência e Consultórios de Rua para melhorar o acesso e a qualidade dos serviços”, ressaltou Alexandre Trino, Coordenador Adjunto de Saúde Mental do Ministério da Saúde.

Elisa Tófoli, Coordenadora da Atenção Primária à Saúde do município de Uberlândia, enfatizou que o modelo multifacetado não condiz com o Projeto Terapêutico Singular que é preconizado. “A mudança do modelo de atenção está no matriciamento, no qual há corresponsabilização dos casos e os cuidados são compartilhados.”

No mesmo sentido, Nilton Pereira Júnior, diretor da Rede de Atenção à Saúde de Uberlândia, comentou que a saúde mental não se restringe apenas no psiquiatra e no CAPS. “Necessita-se de uma mudança radical de paradigma, que é colocar os usuários em comunidade e com acompanhamento multiprofissional e integral. Aquela pessoa também deve ser vista com outros olhos, pois ela pode ser diabética, hipertensa, e se fica grávida precisa de um ginecologista/obstetra, por exemplo”.

Nelson Lucrécio Filho, psicólogo e coordenador do CAPS de Ituiutaba que atende nove municípios da região comentou sobre a importância do ponto de atenção que está em funcionamento há um mês. “Antes tínhamos o hospital psiquiátrico como sendo a única referência em saúde mental. Hoje, com o apoio do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) juntamente com a Atenção Primária estamos buscando a estruturação da RAPS”.

A coordenadora de saúde mental de Uberlândia, Maria Tereza Perez, reforçou que as ações de redução dos danos, os treinamentos e a parceria com o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) vêm contribuindo para o fortalecimento da RAPS. “Trabalhamos de forma integrada com o Pronto Socorro do HC-UFU por meio de gestão de casos, referenciando para o CAPS aqueles pacientes que não têm necessidade de serem atendidos pela Urgência e Emergência. Buscamos também capacitar os profissionais do sistema e equipes percorrem pontos vulneráveis da cidade para ampliar o acesso e os cuidados”.

Autor: Lilian Cunha

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