Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 15 milhões de brasileiros têm problemas auditivos. De cada mil crianças nascidas no país, três a cinco já nascem com deficiência auditiva. Para minimizar esses problemas e os distúrbios causados pela dificuldade, a triagem auditiva neonatal, conhecida também por “teste da orelhinha” é o único procedimento que possibilita o diagnóstico precoce de alterações auditivas em bebês, que garante a intervenção em tempo hábil para proporcionar à criança com deficiência auditiva a aquisição de linguagem oral, evitando todos os problemas sócio-psicológicos ocasionados pela ausência de oralização. É um exame rápido e indolor, podendo resgatar a audição em quase 100% dos casos, se realizado nos primeiros seis meses de vida.
Em Minas, o Programa Estadual de Triagem Auditiva Neonatal foi implantado em 2007 e hoje conta com 31 unidades credenciadas como Serviços de Referência em Triagem Auditiva Neonatal (SRTAN), distribuídas por todo o estado, reforçando o tratamento da surdez. “Não há dados epidemiológicos suficientes para estimar a prevalência da perda auditiva em neonatos ou mesmo na população mineira em geral. Mas a Rede Estadual de Saúde Auditiva está sendo ampliada. Recentemente foi credenciado mais um Serviço de Atenção à Saúde Auditiva no município de Santa Luzia e temos a previsão para credenciamento de outros dois serviços até o início de 2012. Novas maternidades também estão sendo credenciadas, como Serviços de Referência de Triagem Auditiva Neonatal, com a previsão de até 45 unidades até o fim de 2012”, explica a Referência Técnica em Saúde Auditiva, Gabriela Cintra Januário, ressaltando, ainda, que os profissionais ligados à saúde auditiva no estado se organizam constantemente de forma a realizar ações de promoção de saúde e, inclusive, alinhados também às iniciativas de âmbito nacional e internacional. “Em abril deste ano, várias cidades, coordenadas pela organizaram ações no Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído, lembrado no dia 27 de abril”, completa.
Prevenção
Atualmente, com os elevados níveis de poluição sonora, a cultura da prevenção e a redução de exposição do ouvido a riscos desnecessários são essenciais para manter a audição saudável. A poluição sonora é a terceira maior do planeta, só perde para água e o ar, pode acarretar conseqüências severas à qualidade de vida da população, afetando à saúde do indivíduo e conturbando intensamente as relações sociais. Algumas pesquisas mostram que o ruído fora de controle constitui um dos agentes mais nocivos à saúde humana, causando perda da audição, zumbidos, distúrbios do labirinto, ansiedade, nervosismo, hipertensão arterial, gastrites, úlceras e impotência sexual. No Brasil, a poluição sonora já é considerada uma questão de saúde pública.
Uma pessoa não pode permanecer em um ambiente com atividade sonora de 85 decibéis por mais de oito horas. Esse tempo cai para quatro horas em lugares com 90 decibéis, duas horas em locais com 95 decibéis, e uma hora quando a intensidade chega a 100 decibéis.
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Autor: Guilherme Torres