Com estreia prevista para o dia 27 de fevereiro via educação à distância, o curso tem como objetivo aperfeiçoar o atendimento das Comunidades Terapêuticas em Minas Gerais
Desmistificar o trabalho das Comunidades Terapêuticas no enfrentamento da dependência química e capacitar técnicos, monitores e coordenadores para aperfeiçoar o atendimento ao público destas instituições. Esta é a proposta do curso Novas Práticas nas Comunidades Terapêuticas, que estreia no dia 27 de fevereiro, no Canal Minas Saúde. A iniciativa é da coordenação Estadual de Saúde Mental da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
O curso Novas Práticas nas Comunidades Terapêuticas terá a carga horária de 40 horas com um total de três vídeo aulas. A previsão inicial é de atender 1.500 alunos e estender o público para profissionais de outros centros de saúde que trabalham no enfrentamento da dependência química e que desejam conhecer mais de perto como se dá esta modalidade de tratamento.
Segundo a coordenadora de Saúde Mental de Minas Gerais da SES-MG, Tânit Sansur, a ideia do curso surgiu após um estreitamento das ações desenvolvidas pelas Comunidades Terapêuticas em Minas, graças ao programa Aliança Pela Vida. Até então, a comunidade terapêutica era um tipo de oferta de tratamento para dependentes de álcool, craque e outras drogas pouco conhecido pelo Estado.
“Ao longo desses dois últimos anos do Aliança Pela Vida, começamos a perceber a necessidade de desmitificar o trabalho das comunidades terapêuticas para a sociedade, bem como oferecer um instrumento de capacitação para os profissionais envolvidos. Foi então que, mais uma vez, unimos forças com o Canal Minas Saúde para a oferta deste curso”, explica Tânit Sansur.
Considerada como uma iniciativa inovadora em Minas Gerais, o curso Novas Práticas nas Comunidades Terapêuticas vai apresentar formas de acolhimento ao paciente e à família, bem como o perfil do profissional que se dedica a esse trabalho, mostrando alternativas de parceria para manutenção das entidades, estratégias de pós-alta e experiências de sucesso no tratamento e reinserção do dependente químico na vida social.
“De acordo com o projeto pedagógico, o aluno irá ser apresentado ao histórico da metodologia de trabalho nas comunidades terapêuticas, esclarecendo sobre o modelo de tratamento, sua forma de regulamentação e o código de ética para o setor. Assim como aconteceu nos cursos Prevenção em Pauta e Novo Olhar para a Saúde Mental, o Canal Minas Saúde vai participar da construção desta ação educacional da Saúde Mental que será oferecido na modalidade de educação à distância pela plataforma Moodle, utilizando a integração multimídia da TV e da web”, afirma a coordenadora do Núcleo de Educação a Distância do Canal Minas Saúde, Valdívia Marçal.
Para o psicólogo e coordenador do o curso Novas Práticas nas Comunidades Terapêuticas, Daniel Márcio Pinheiro de Lima, as comunidade terapêutica são locais onde as pessoas se reúnem e convivem com o objetivo em comum que é o tratamento. “Trata-se de comunidades isoladas do restante da sociedade, em termos. A pessoa não é retirada da sociedade, mas sim do convívio social que ela tinha quando estava passando pela dependência química, o que não tem nada a ver com a institucionalização dos dependentes ou com o tratamento asilar, combatido pela reforma psiquiátrica. A comunidade terapêutica é uma metodologia de tratamento de portas abertas, geralmente mantida por voluntários e doações”, esclarece.
Daniel reforça ainda que a Comunidade Terapêutica é uma opção de tratamento para a dependência química, mas não a única. O especialista explica que a opção por esse modelo se dá quando a pessoa sente necessidade de se afastar do convívio social que ela tinha antes para conquistar uma melhor resposta ao tratamento, além de um suporte psicossocial que dificilmente conseguiria sozinha.
“Desse modo, a convivência diária com outras pessoas que estão passando – ou que já passaram, por esse mesmo problema é o ponto-chave para o tratamento dentro de uma comunidade terapêutica, até ela conseguir o auto-suporte, sempre com o com o auxilio de terapeutas ocupacionais, médicos e psicólogos, usufruindo assim de todos os serviços da rede de saúde”, afirma Daniel.
Autor: Wander Veroni