Nesta quarta-feira (26/10) profissionais e estudantes de medicina aprenderam um pouco mais sobre as diretrizes e protocolos para detecção precoce dos cânceres de mama e de colo de útero.

O “II Seminário de Saúde da Mulher: Diretrizes para Boas Práticas”, promovido pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi marcado por diversas apresentações que reforçaram a importância do incentivo à qualidade de vida como principal forma de prevenção aos cânceres. Clique aqui e confira a nossa galeria de fotos.

Foto: Gil Leonardi / SES-MG.

A abertura oficial do evento contou com a participação da Subsecretária de Políticas e Ações de Saúde da SES-MG, Maria Aparecida Turci, que reforçou a importância da parceria com a UFMG como forma de fomentar a reflexão sobre temas relevantes como a saúde da mulher. “A nossa campanha diz que o outubro é rosa, mas que todo dia também pode ser rosa. A mulher hoje desempenha um papel essencial na sociedade, o que traz consequências para a sua saúde. Por isso a necessidade de chamarmos atenção para seus hábitos de vida e incentivar que elas cuidem da sua saúde de forma integral, todos os dias do ano”, afirmou a Subsecretária.


Já o diretor da Faculdade de Medicina da UFMG, Tarcizo Afonso Nunes, destacou a relevância de discussões como as propostas pelo seminário. “Minha vivência como cirurgião há 38 anos me possibilita dizer que todo câncer é passível de cura, basta um diagnóstico precoce e um tratamento adequado. Precisamos, então, estimular as pessoas a se cuidarem mais e a desenvolverem ações de promoção à saúde”, reforça.

A coordenadora do II Seminário de Saúde da Mulher e professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG, Regina Aguiar, também falou sobre a importância do evento, como forma de aproximar, de uma forma mais efetiva, o conhecimento acadêmico dos profissionais de saúde. “Só formaremos recursos humanos adequados se estivermos próximos aos gestores. Assim, espero que tudo o que reafirmarmos do nosso conhecimento aqui hoje se concretize na nossa prática diária, nos ambulatórios e nos locais de atendimento à população”, completa Regina Aguiar.

Estiveram também presentes no seminário o presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems/MG), José Maurício Lima Rezende, a chefe de gabinete da Defensora Pública Geral do Estado, Luciana Leão Lara, o representante do Conselho Regional de Medicina (CRM-MG), Márcio Salles, e a representante do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-MG), Monike Pedrosa.

Foto: Gil Leonardi / SES-MG.

Painéis de exposição

Os participantes do seminário, que também foi transmitido online e pode ser acessado posteriormente pelo site www.medicina.ufmg.br/websimposio, tiveram uma tarde repleta de muito aprendizado. A discussão envolveu não apenas aspectos como o diagnóstico precoce e tratamento do câncer de mama e o de colo de útero, como também a questão da saúde integral da mulher, dos hábitos de vida, acesso ao cuidado, autoconhecimento e reconhecimento das situações de vulnerabilidade, e das tecnologias de tratamento disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

A referência técnica das ações de alimentação e nutrição da Diretoria de Promoção à Saúde da SES-MG, Joseane de Carvalho, apresentou o tema “Promoção de Hábitos Saudáveis de Vida”, a partir de pesquisas nacionais, realizadas em escolas e que abrangeram aspectos como alimentação, bebidas alcoólicas, tabagismo, práticas de atividades físicas cotidianas e saúde sexual de crianças e adolescentes. Os resultados mostraram que políticas públicas focadas no desenvolvimento de comportamentos saudáveis em idades precoces constituem relevante estratégia de promoção da saúde.

Dados do Instituo Nacional do Câncer (INCA) também trazidos pela palestrante, revelam que entre 30% a 40% dos casos de câncer podem ser evitados com hábitos saudáveis como não fumar, ter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas, controlar o peso e o consumo de álcool e usar proteção solar. “Frente a esses dados, é preciso refletir sobre a importância do trabalho em rede. Promoção da saúde não é feita apenas pelo profissional da saúde. Educadores, técnicos da área de saneamento básico e a população em geral também devem se envolver em prol de melhorias na qualidade de vida”, afirma Joseane.

As “Ações desenvolvidas para o Controle do Câncer de Mama e de Colo do Útero no Estado de Minas Gerais” foram tema da apresentação da referência técnica da Coordenação da Saúde da Mulher e Rede Cegonha, Michelle Souza Costa. “O estado vem hoje fortalecendo a sua rede oncológica e descentralizando os serviços para os municípios do interior. Isso contribui para diminuir as longas distâncias que as pacientes tinham que percorrer para realizar o tratamento, uma vez que já é possível se referenciar nas cidades polo das regiões de saúde”, revela a referência técnica.

Michelle reforçou ainda a questão do empoderamento da mulher, que está cada vez mais consciente da importância de se informar mais e melhor para a tomada de decisões em sua vida, e de pontos de atenção como o rastreamento de pacientes organizado, acesso à mamografia de qualidade, diagnóstico de lesões suspeitas em tempo oportuno e tratamento multidisciplinar.

A segunda parte das apresentações ficou por conta do médico mastologista, Alexandre de Almeida Barra, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional de Minas Gerais e consultor da Coordenação de Atenção à Saúde da Mulher / Rede Cegonha da da SES-MG, que apresentou as “Novas Diretrizes para Detecção Precoce do Câncer de Mama”.

Logo em seguida, a médica ginecologista e obstetra Maria Inês de Miranda Lima, chefe do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa de Belo Horizonte e participante da Diretoria da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), falou sobre “Novas Diretrizes para Detecção Precoce do Câncer de Colo de Útero”.

Para finalizar o seminário, o médico oncologista Munir Murad Júnior, coordenador do Programa de Residência de Cancerologia do Hospital das Clínicas da UFMG, preceptor da Residência de Clínica Médica do Hospital Municipal Odilon Behrens, e coordenador da Equipe de Cuidados Paliativos do Hospital das Clínicas da UFMG, discorreu sobre as “Tecnologias disponíveis no SUS para Tratamento de Câncer de Mama e Colo de Útero”.

 

Por Ana Paula Brum

Enviar para impressão