Teste do pezinho é tema de treinamento para profissionais da atenção primária do território da SRS Juiz de Fora

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Para aprimorar os serviços do Programa de Triagem Neonatal de Minas Gerais (PTN-MG), profissionais da Atenção Primária da Saúde (APS) participaram de treinamento sobre coleta, armazenamento e envio de amostras para o teste do pezinho, no auditório da regional de saúde de Juiz de Fora, nos dias 2 e 3/10.

As referências técnicas dos municípios, que compõem a área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Juiz de Fora, receberam instruções sobre manuseio e coleta do material utilizado no teste.

A enfermeira Iara Campos se voluntariou para a demonstração de como deve ser realizada a coleta de sangue para o teste do pezinho

O treinamento

O treinamento foi ministrado pelo coordenador do setor de monitoramento do cuidado, Marcos Antunes Lopes, e pela supervisora, Ana Flávia Ronick, do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad). Em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o Nupad realiza os exames das amostras coletadas em todo o estado. 

Para o coordenador do Nupad, Marcos Antunes, a triagem neonatal é uma ação preventiva que permite o diagnóstico de diversas doenças congênitas e infecciosas. “A triagem pode reconhecer uma doença na criança, estabelecer o tratamento precoce e reduzir as possíveis sequelas”, explicou.

Segundo o Ministério da Saúde (MS), todas as crianças recém-nascidas devem passar pelo teste do pezinho. Neste teste são identificadas doenças graves que são assintomáticas no nascimento, ou seja, não apresentam sintomas clínicos. Se não forem diagnosticadas e tratadas cedo, estas doenças podem ter complicações sérias para a saúde da criança.

A enfermeira Iara Campos, do município de Santana do Deserto, se voluntariou para a demonstração da realização da coleta de sangue para o teste, durante o treinamento. Para ela o evento agregou mais conhecimento. “Eu já realizo o teste nas crianças e pude entender melhor a maneira adequada de fazer a coleta e o local certo do calcanhar onde pode ser colhido o material”, relatou.

 

Histórico

De 1994 a julho de 2023, mais de 7 milhões de recém-nascidos passaram pela triagem em Minas Gerais. Em 2023, 7.818 crianças estão em acompanhamento ambulatorial. “Os números mostram a dimensão da importância do trabalho realizado pela atenção básica, que permite dar qualidade de vida a uma criança com doença identificada e tratada precocemente”, ressaltou o coordenador Marcos Antônio Lopes.

No Brasil, 7 doenças podem ser identificadas na triagem neonatal. A partir de 2022, a SES-MG implementou o teste do pezinho ampliado, no qual é possível detectar até 13 doenças.

As doenças identificadas no teste, em todo o Brasil, são: fenilcetonúria (PKU); hipotireoidismo Congênito (HC); doença falciforme (DF); fibrose cística (FC); deficiência de biotinidase (DB); hiperplasia congênita da suprarrenal (HCS) e toxoplasmose.

Em Minas Gerais, com a ampliação do Programa de Triagem Neonatal (PTN-MG), outras 6 doenças passaram a ser detectadas a partir de 2022: 

  • distúrbios de beta-oxidação;

  • deficiência de acil-coa-desidrogenase de cadeia curta – SCHADD;

  • deficiência de acil-coa-desidrogenase de cadeia longa – LCHAD;

  • deficiência de acil-coa-desidrogenase de cadeia média – MCADD;

  • deficiência de acil-coa-desidrogenase de cadeia muito longa – VLCADD;

  • deficiência primária de Carnitina – CO.

O PTN-MG não se restringe a realizar apenas o teste, mas também oferece todo o tratamento necessário aos pacientes.

O teste deve ser realizado preferencialmente entre o 3° e 5° dia útil. Mas o limite máximo é de 30 dias. São recolhidas amostras de sangue retiradas do calcanhar do recém-nascido que serão analisadas em laboratório.

Para a referência técnica do Núcleo de Atenção à Saúde, da SRS Juiz de Fora, Ellen Mendes, o treinamento pode dar mais qualidade para a realização do teste no território. “Desde 2019 não era realizada capacitação para esse tema. E o teste do pezinho faz toda a diferença para a saúde da criança”, ressaltou.

 

Autor: Jonathas Mendes

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