SES-MG define com municípios estratégias para a melhoria das coberturas vacinais no Norte de Minas

Foto: Pedro Ricardo

Com a participação de gestores e coordenadores de vigilância em saúde, atenção primária à saúde, vigilância epidemiológica e imunização, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) concluiu na tarde desta quinta-feira, sete de julho, a realização da 1ª oficina de coberturas vacinais no Norte de Minas. O evento, realizado nas Faculdades Santo Agostinho, abriu a segunda etapa do projeto de pesquisa e ação que a SES-MG está implementando em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A oficina reuniu representantes dos 86 municípios que integram a macrorregião de Saúde Norte e que estão na área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros e das Gerências Regionais de Saúde (GRS) de Januária e Pirapora. Na abertura do evento, a superintendente regional de saúde de Montes Claros, Dhyeime Thauanne Pereira Marques, ressaltou a importância do trabalho de mobilização que a SES-MG está realizando junto com os municípios, visando a melhoria dos índices de coberturas vacinais.

O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais  (COSEMS-MG), Edvaldo Farias da silva Filho e a secretária de saúde de Montes Claros, Dulce Pimenta, observaram que a troca de experiências entre os municípios para o incremento das coberturas vacinais se constitui iniciativa importante, diante do impacto que esse problema pode ocasionar para a população e para a superlotação dos serviços de saúde.

  A coordenadora estadual de imunização, Josianne Dias Gusmão explicou que embora o Programa Nacional de Imunização (PNI), que no próximo ano estará completando 50 anos, seja reconhecido internacionalmente pelos bons resultados obtidos com a erradicação de várias doenças, desde 2013 o país tem reduzido de forma gradativa as coberturas vacinais. Parte do problema é gerado por fake news (notícias falsas) disseminadas por meio de mídias sociais.

“Essa situação é preocupante, pois os baixos índices de coberturas vacinais expõem todos os segmentos da população a riscos de adoecimento. A decisão de ser ou não vacinado não afeta apenas uma pessoa, mas a saúde coletiva da população”, ressaltou Gusmão. A coordenadora salientou ainda que a SES-MG disponibiliza suporte financeiro e técnico para que os municípios definam ações estratégicas e metas para melhorar os índices de cobertura vacinal.

Dados da SES-MG apontam que entre 54 municípios que compõem a área de atuação da SRS Montes Claros, somente Nova Porteirinha e Pai Pedro alcançaram as metas de vacinar mais de 95% das crianças com idade abaixo de um ano. Entre 25 municípios da GRS Januária, alcançaram a meta Juvenília e Urucuia. Por outro lado, entre sete municípios da GRS Pirapora, somente Várzea da Palma superou o percentual de 95% das crianças menores de um ano que já tomaram as vacinas previstas para a faixa etária.

Josianne Gusmão alertou que até o ano passado o Brasil notificou 20 mil casos de sarampo, o que levou o país a perder o certificado internacional de controle da doença. Além disso, por causa da redução dos níveis de vacinação de crianças, adolescentes e adultos, o Brasil está com alto risco de voltar a registrar surtos de coqueluche e poliomielite, doenças que podem deixar sequelas graves. A coordenadora  também lembrou que recentemente ocorreram surtos de febre amarela em Minas Gerais, fato que evidencia a falta de atualização das cadernetas de vacinação da população em geral.

CAPACITAÇÃO

Reforçando a importância da implementação de trabalho conjunto da SES-MG com os municípios, com o objetivo de reverter as baixas coberturas vacinais no estado, a professora e pesquisadora da UFMG, Fernanda Penido, informou que, aliado à definição de estratégias e metas por parte dos municípios, a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP) vai ofertar curso de capacitação de profissionais que trabalham em salas de vacinação. Neste ano, a previsão é de que 4 mil profissionais participem do curso de atualização que será ministrado na modalidade à distância. Em 2023, a previsão é alcançar 6,5 mil trabalhadores.

A ESP-MG também vai realizar um curso presencial para monitores de salas de vacinação. Ao todo serão ofertadas 450 vagas, contemplando todas as regiões do estado.

 

Este conteúdo foi produzido durante o período eleitoral e publicado após o fim da vedação legal de divulgação

 

Autor: Pedro Ricardo

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