Regional de Ponte Nova capacita profissionais das salas de vacina

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Equipes municipais de vacinação e estudantes de cursos da área de Saúde, pertencentes à área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova, participaram, de 9 a 19/11, de capacitação voltada aos profissionais que atuam em salas de vacina. A iniciativa, que mesclou momentos on-line com encontros presenciais, partiu da equipe de Imunização do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) da SRS, com intuito de alinhar conteúdos teóricos e condutas práticas ligadas ao processo de imunização.

A referência técnica em Imunização da SRS, Thiany Silva Oliveira, informou que a parte teórica do encontro compreendeu: o estudo da resposta imune à vacinação, indicações das vacinas do Programa Nacional de Imunização (PNI) e do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie), coberturas vacinais da região, técnicas de administração de vacinas, questões éticas da execução, além das práticas para redução da dor em crianças. Neste último item, Thiany, que é enfermeira e certificada em “Apego Seguro”, pontuou a necessidade de os municípios enxergarem a dor e o sofrimento das crianças submetidas à vacinação como estresse tóxico. “Isso pode ser amenizado por meio da amamentação e de cuidados como preferir o colo da mãe ou do cuidador durante a aplicação”, ressaltou.

Segundo ela, é possível observar uma discrepância no território: enquanto algumas salas de vacina proíbem a amamentação durante o processo de vacinação, outras, como a da Divisão de Saúde da Universidade Federal de Viçosa, incentivam. Para subsidiar sua fala, a referência trouxe a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o aleitamento materno como estratégia de manejo da dor no ato da vacinação, bem como a Nota Técnica 39/2021, do Ministério da Saúde (MS), que trata a amamentação como medida não farmacológica para redução da dor durante a administração de vacinas injetáveis em crianças.

Ainda sobre as questões ligadas ao processo de “humanização”, a capacitação levantou o fato de ainda haver filas exaustivas para acesso às vacinas, sobretudo contra a covid-19, somadas à inflexibilidade de horários para a vacinação de rotina, o que se reflete em baixa cobertura. “Quando pensamos nisso, não podemos ter uma ideia voltada somente ao ato de vacinar. Precisamos pensar no contexto da oferta conforme a realidade das pessoas que trabalham, que têm mais de um filho, que têm dificuldades para comparecer aos postos em horários comerciais. Daí a importância da abertura das salas em horários alternativos, incluindo fins de semana, bem como de estratégias de vacinação extramuros”, aconselhou.

Outra contribuição durante a capacitação foi dada pela procuradora e pesquisadora da Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga, Juliana Hipólito Pessotti, que ministrou uma das palestras da grade de programação. Ela salientou a importância dos profissionais da linha de frente da vacinação durante a pandemia e a descoberta de novas vacinas. “Antes, a imunologia era uma conversa muito restrita ao meio acadêmico. Mas desde a testagem das vacinas, as pessoas começaram a falar sobre o tema e se tornaram mais próximas desses conceitos. Essa aproximação contribuiu, principalmente, para a disseminação de conhecimentos, coibindo a propagação de falsas notícias”, frisou.

Prática

O segundo momento da capacitação ocorreu de forma prática e presencial, na sede da SRS-Ponte Nova. O conteúdo abrangeu todo o processo de montagem de caixas térmicas e conservação de imunobiológicos, além de técnicas de vacinação e sítios para aplicação intramuscular e subcutânea. Para tanto, Thiany Oliveira baseou-se em metodologias ativas de aprendizagem, entre elas o Exame Clínico Objetivo Estruturado (OSCE), método de avaliação das competências, habilidades clínicas e atitudes adquiridas durante o processo de aprendizagem. “Pensamos em aliar a teoria a esses momentos práticos, levando os profissionais a refletirem sobre quais condutas devem ser tomadas a partir da simulação de situações próximas à realidade”, esclareceu.

A enfermeira da Vigilância em Saúde do município de Oratórios, Lorena Viana da Silva, participou da capacitação. Para ela, a experiência foi de grande valia, pois permitiu o acesso a inúmeros conhecimentos e atualizações. “É comum que nós, profissionais, entremos na rotina. Mas, é sempre positivo termos um espaço para esclarecer dúvidas, mesmo que pequenas, o que nos dá mais segurança para atuar. Espero que tenhamos cada vez mais espaços de capacitação, contribuindo para a melhoria contínua de nossos processos de trabalho e do atendimento à população”.

 

Autor: Tarsis Murad

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