No último sábado (03/06), a Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) completou 71 anos de criação (1946|2017) e tem buscado com esforço, dedicação e excelência, novos meios de formar e qualificar os trabalhadores, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Criada em 03 de junho de 1946, a instituição tem uma longa tradição na formação de sanitaristas, sendo a primeira instituição formadora estadual em saúde pública no Brasil e protagonista nos avanços dos campos da saúde pública e coletiva.
Na tarde desta segunda-feira (05/06), foi compartilhado o tradicional bolo feito pela Secretária de Ensino da ESP-MG, Fátima Camarinho, como forma de registrar, e celebrar a coletividade dos trabalhadores da Escola, inclusive mantendo a tradição no rateio. Segundo Amanda Soares, trabalhadora da ESP-MG, em 71 anos de existência, a ESP-MG produziu caminhos muito heterogêneos com os distintos atores que dela experimentam, que nela se formam, que com ela (des)constituem um modo de produzir o SUS em Minas Gerais.
“Para uns, a ESP-MG é um dos maiores espaços de formação em saúde pública, para outros, um desconhecido azul na Av. Augusto de Lima, para uns, uma potência do SUS em Minas Gerais, já para outros, uma cadeira de gestão. Para nós, trabalhadores, a ESP-MG constitui um espaço diário de produção intensa da saúde, da educação, da pesquisa e da cidadania em que apostamos”, reflete.
Espaço de formação
Danielle Silveira, também trabalhadora da instituição, diz que a Escola representa um importante espaço de formação, valorização e fortalecimento do SUS. “Não há como passar por aqui e continuar fazendo mais do mesmo. A instituição nos convida – alunos, professores, trabalhadores, visitantes – a todo o momento, a refletir sobre nossas concepções e ações de saúde, de trabalho e de vida. Como trabalhadora, posso dizer que aqui vivi todas essas experiências, tanto nos grandes eventos promovidos pela instituição, como no cotidiano de trabalho, aprendendo e convivendo com os colegas, com experiências tão diversas e ricas. Sou muito grata por isso e desejo vida longa e próspera à ESP-MG e ao SUS”, comemora.
Espaço de resistência
Mesmo diante de incertezas e em cenários desfavoráveis, a ESP-MG, criada décadas antes de, no Brasil, a saúde ser considerada um direito social, mantém-se como uma instituição comprometida com ideais atualmente tão questionados, e que se transformou e adequou-se conforme os contextos sócio políticos e econômicos do país e de Minas Gerais.
Para a trabalhadora Fernanda Maciel, a Escola é um espaço de convergência, onde trabalhadores depositam na interseção entre saúde e educação sua luta no avanço e manutenção do SUS. “E por acreditarem nessa Escola que, nós nos esforçamos para dar continuidade aos compromissos e ações para formar trabalhadores, gestores e usuários do SUS. Por compreenderem que o aprendizado pode ocorrer por meio da reflexão, que mais uma vez manifestaram-se apresentando indicação do gestor que desejam para a instituição. E por serem esses os trabalhadores e por ser esse o SUS que desejam (re)construir que se manterão firmes no compromisso ético e político com a educação como caminho transformador da sociedade que desejam construir”, afirmou.
Comemorações
Para marcar mais essa importante data, a Escola irá promover nos dias 22 e 23 de junho, o seminário Regional sobre a Formação em Saúde Pública, com o objetivo de discutir os desafios da formação para a saúde e o papel das Escolas de Saúde Pública da Região Sudeste junto a gestores, trabalhadores, usuários e instituições de ensino.
A atividade será em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP-Fiocruz) e da Rede Brasileira de Escolas e Centros Formadores em Saúde Pública (Redescola).
Autor: Sílvia Amâncio / ESP-MG